O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticou seu antecessor, o republicano Donald Trump, por ter dito que o Hezbollah, inimigo de Israel e aliado do movimento islamista palestino Hamas, é "muito inteligente".
— Vocês sabem, o Hezbollah é muito inteligente, todos são muito inteligentes — afirmou Trump, pré-candidato para as eleições presidenciais de 2024, durante um comício na Flórida, na noite de quarta-feira (11).
Biden criticou duramente as palavras de Trump, seu provável adversário nas eleições de 2024 nos Estados Unidos.
— O apoio de nossa nação a Israel é determinado e inabalável. E nunca é o momento apropriado para elogiar os terroristas que buscam destruir Israel — afirmou.
O ministro das Comunicações israelense, Shlomo Karhi, também reagiu aos comentários de Trump.
— É vergonhoso que uma pessoa assim, um ex-presidente dos Estados Unidos, contribua para a propaganda — declarou, ao estimar que Trump, "obviamente", não é digno de confiança.
O governador de Flórida, Ron DeSantis, que está na segunda posição nas pesquisas para as primárias republicanas, atrás de Trump, também criticou seu rival.
"É absurdo que alguém, ainda mais alguém que se postula para presidente, escolha agora atacar nosso amigo e aliado, Israel, inclusive elogiando os terroristas do Hezbollah (chamando-os de) 'muito inteligentes'", escreveu o político na rede social X, o antigo Twitter.
A declaração de Trump na última quarta-feira contradiz posição dada pelo republicano quando era presidente, em 2017. Na ocasião, ele havia afirmado que o grupo Hezbollah é uma "ameaça" para todo o Oriente Médio.
— O Hezbollah é uma ameaça para o Estado libanês, para o povo libanês e para toda a região — declarou em uma coletiva conjunta com o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, na Casa Branca.
O Hezbollah é um grupo político e militar baseado no Líbano, apoiada pelo Irã, e que mantém relações estreitas com o Hamas. Eles consideram Israel como inimigo e tem protagonizado conflitos armados com o país nos últimos anos. No domingo (8), o Hezbollah disparou dezenas de foguetes contra três posições israelenses numa área disputada ao longo da fronteira do país com os Montes Golã, ocupados por Israel na Síria. Em comunicado, o Hezbollah disse que o ataque, com "um grande número de foguetes e obuses", foi “em solidariedade à resistência palestiniana".