Um forte terremoto de magnitude 6,8 atingiu o Marrocos, a sudoeste de Marrakech, nesta sexta-feira (8), de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O tremor causou pânico entre os residentes que correram para fora dos edifícios.
Segundo o balanço mais recente, divulgado na manhã deste sábado (9), o número de mortos passa de 820. Há, pelo menos, 670 feridos.
O terremoto ocorreu às 23h11min no horário local (19h11min do horário de Brasília), a cerca de 71 quilômetros a sudoeste de Marrakech, a uma profundidade de 18,5 quilômetros.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram destroços caindo em becos estreitos e objetos sendo derrubados de prateleiras. Relatos de sobreviventes descrevem danos na cidade turística e cenas de pânico entre a população.
Em uma localidade da província de Al Hauz, uma família ficou presa nos escombros após o desabamento de sua casa, de acordo com a mídia marroquina.
O sistema Pager, do Serviço Geológico dos EUA, que fornece avaliações preliminares sobre o impacto de terremotos, emitiu um alerta laranja para perdas econômicas, estimando que danos significativos são prováveis, bem como um alerta amarelo para possíveis vítimas mortais relacionadas ao terremoto.
— A população nesta região vive em estruturas altamente vulneráveis a abalos sísmicos — afirmou o USGS.
"Gritos e choro"
— Por volta das 23h, sentimos um tremor muito violento, percebi que era um terremoto. Vi os prédios se movendo. Não estávamos preparados para esse tipo de situação. Depois saí e havia muitas pessoas do lado de fora — explicou Abdelhak el Amrani, um morador de 33 anos de Marrakech, por telefone à AFP.
Amrani relata que as pessoas estavam chocadas e em pânico. Além disso, o incidente causou falta de eletricidade e conexão telefônica por 10 minutos.
— Eu parei e percebi a catástrofe. Foi muito sério (...) Os gritos e o choro eram insuportáveis — contou Fayssal Badour, 58 anos, que estava voltando para casa quando o terremoto ocorreu.
O terremoto também foi sentido em várias províncias do oeste da Argélia, o país vizinho, mas seu departamento de defesa civil descartou danos ou vítimas.
Marrocos frequentemente experimenta terremotos em sua região norte devido à sua localização entre as placas africana e euroasiática. Em 2004, pelo menos 628 pessoas morreram e 926 ficaram feridas quando um terremoto atingiu Alhucemas, no nordeste do país.
Em 1980, o terremoto em El Asnam, na Argélia, com uma magnitude de 7,3, foi um dos terremotos mais destrutivos da história contemporânea. Resultou na morte de 2,5 mil pessoas e deixou pelo menos 300 mil pessoas desabrigadas.