O Parlamento polonês, com uma maioria do partido governista de extrema direita, aprovou, nesta quinta-feira (17), a realização de uma série de referendos polêmicos em 15 de outubro, no mesmo dia em que ocorrerão as eleições legislativas, que prometem ser acirradas.
A oposição anunciou um boicote destas consultas, que classificou como uma tentativa de "manipulação" das eleições legislativas.
Os deputados do partido governante Lei e Justiça (PiS, de extrema direita) querem que os poloneses se pronunciem sobre quatro temas: vender ativos estatais, incluindo para entidades estrangeiras; aumento da idade de aposentadoria; supressão da barreira na fronteira com Belarus; e admitir milhares de imigrantes ilegais do Oriente Médio e África.
O porta-voz do governo, Piotr Muller, assegurou que o principal partido da oposição, a Plataforma Cívica do liberal Donald Tusk, "tem medo desses referendos como o diabo teme a água benta".
Segundo ele, isso ocorre porque com suas respostas, os cidadãos podem limitar uma possível ação de um governo da oposição, caso esta vença as eleições legislativas.
De acordo com as últimas pesquisas, o PiS deve ser o partido mais votado (33%), mas com uma margem estreita à frente da Plataforma Cívica (29%).
O Parlamento polonês também adotou na quinta-feira uma polêmica resolução contra "a interferência estrangeira no processo eleitoral", direcionada principalmente à Alemanha.
* AFP