Foi anunciado nesta segunda-feira (10) que o presidente Vladimir Putin se reuniu em 29 de junho no Kremlin, sede do governo russo, com o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, cinco dias após o motim abortado.
O encontro durou quase três horas, informou o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov. A reunião teve a presença de 35 pessoas, incluindo os comandantes e diretores do grupo Wagner.
Putin avaliou as atividades do grupo Wagner no front ucraniano e do motim de 24 de junho, quando Prigozhin anunciou que pretendia derrubar a cúpula militar russa.
— O presidente russo ouviu as explicações dos comandantes (do grupo Wagner) e propôs alternativas para o futuro. Os comandantes do Wagner apresentaram sua versão dos fatos. Reiteraram que são partidários incondicionais e soldados do chefe de Estado e comandante em chefe (Vladimir Putin) e afirmaram que estão dispostos a seguir lutando pela pátria — disse Peskov.
O comandante do Estado-Maior russo e comandante das operações militares na Ucrânia, Valeri Guerasimov, um dos grandes alvos dos paramilitares, fez sua primeira aparição pública desde o motim frustrado.
Um vídeo divulgado pelo ministério russo nesta segunda-feira mostra Guerasimov à frente de uma reunião, na qual é informado sobre uma tentativa do exército ucraniano de lançar mísseis no domingo (9) contra a Rússia e a Crimeia.
Na reunião, que não teve a data divulgada, o comandante do Estado-Maior das Forças Aeroespaciais russas, Victor Afzalov, disse que três mísseis S-200 ucranianos foram derrubados pela defesa antiaérea, sem provocar vítimas, ou danos.
Desde o motim frustrado circulam boatos sobre mudanças no comando militar, em particular sobre o general Serguei Surovikin, antigo aliado do grupo Wagner.