O governo do Quênia informou que quer transformar a floresta de Shakahola em um memorial, dedicado a mais de 250 pessoas encontradas mortas no local onde se reuniam os adeptos de uma seita evangélica que defendia a realização de um jejum extremo.
A descoberta de fossas comuns há quase dois meses nessa região florestal da costa do Quênia, próximo à cidade de Malindi, gerou comoção no país africano.
A polícia estima que a maioria dos cadáveres pertence a fiéis da seita de Paul Nthenge Mackenzie, um autoproclamado pastor da Igreja Internacional das Boas Novas, que defende morrer de fome para "conhecer Jesus".
"A floresta de Shakahola (...) onde graves crimes foram cometidos não seguirá sendo como era", declarou, na terça-feira (6), o ministro do Interior, Kithure Kindiki.
"O governo a transformará em um memorial nacional, um local de memória para que os quenianos e o mundo não esqueçam o que o ocorreu aqui", acrescentou.
Os investigadores exumaram nove corpos na terça, elevando a 251 o número de pessoas mortas, um balanço provisório. Até agora, 95 pessoas foram resgatadas na região, segundo a polícia.
As autópsias revelaram que a maioria das vítimas morreram de fome, supostamente depois de seguir os sermões de Paul Nthenge Mackenzie.
Alguns dos falecidos, entre eles crianças, foram estrangulados ou espancados.
Ex-taxista e fundador de sua "Igreja", Paul Nthenge Mackenzie, de 50 anos, é acusado de "terrorismo". Está detido desde que se entregou à polícia em 14 de abril, após a primeira intervenção das forças de segurança na floresta.
* AFP