A advogada de Donald Trump revelou neste domingo (11) a estratégia de defesa do ex-presidente dos Estados Unidos acusado de má gestão de documentos confidenciais. Ela afirmou que ele tinha o direito de possuir arquivos "desclassificados" - ou seja, com sigilo retirado - como lembranças pessoais de seu mandato e que as acusações tinham motivações políticas.
— Ele tem todo o direito de possuir documentos confidenciais que foram desclassificados — disse uma de suas advogadas, Alina Habba, ao programa Fox News Sunday da emissora Fox News, dois dias antes de Trump comparecer a um tribunal federal em Miami.
Trump, que está buscando sua candidatura no Partido Republicano para disputar as eleições presidenciais de 2024, enfrentará na terça-feira (13) 37 acusações, incluindo violações da lei de espionagem, declarações falsas e conspiração por má gestão de material confidencial, em sua mais recente aparição na Justiça por problemas legais.
Para Alina, toda essa trama judicial tem uma "motivação totalmente política".
— É uma clara interferência eleitoral — declarou, referindo-se a supostos obstáculos à candidatura de Trump.
Ela também descreveu a oposição do republicano aos agentes federais revistarem suas caixas durante uma busca em sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida, destacando sua frustração por os funcionários terem revistado seus pertences pessoais. De acordo com Alina, "ele tem todo o direito de possuir documentos classificados que ele mesmo desclassificou".
— A capacidade do presidente de classificar e controlar o acesso a informações de segurança nacional decorre da Constituição — alegou o presidente do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes, Jim Jordan, um aliado próximo, à CNN.
Na opinião de Jordan, o ex-presidente pode colocar esse material "onde quiser, (...) tratá-lo como quiser".
No entanto, o procurador-geral dos Estados Unidos durante o último ano da presidência de Trump (2017-2021), Bill Barr, disse que seu ex-chefe enfrenta "acusações sólidas" apresentadas pelo Departamento de Justiça e que não é vítima de uma caça às bruxas, como insiste o magnata.
— A ideia de que o presidente tem autoridade total para declarar qualquer documento como pessoal é ridícula — afirmou Barr à Fox.
As acusações contra Trump, apresentadas pelo procurador especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, podem levar a até 20 anos de prisão cada uma.