O Departamento de Investigação Federal dos Estados Unidos (FBI) publicou nesta segunda-feira (22), em seu site, um arquivo de 102 páginas que revela informações — até então mantidas em sigilo — sobre planos de inteligência para proteção da rainha Elizabeth II durante viagens realizadas por ela no país norte-americano.
No documento, consta uma possível tentativa de assassinato da monarca durante viagem aos Estados Unidos, realizada com o marido, príncipe Philip, o duque de Edimburgo, em 1983. Apesar do suposto plano de ataque à rainha, a passagem do casal pela costa oeste do país acabou sendo segura e tranquila.
Plano teria relação com vingança
O arquivo informa que a ameaça foi feita a um policial de São Francisco. O agente, que não foi identificado, teria conhecido um homem em um pub irlandês da cidade californiana, que depois teria ligado para ele e informado que planejava matar a monarca. O policial, então, alertou agentes federais.
Ainda conforme o documento, no telefonema, realizado em 4 de fevereiro de 1983 (cerca de um mês antes da chegada do casal real aos Estados Unidos), o homem contou que sua filha foi morta na Irlanda do Norte após ser atingida por uma bala de borracha. Em busca de vingança, ele afirmou que tentaria matar a rainha Elizabeth II.
O sujeito também teria revelado seus planos para a execução da rainha. Uma das alternativas era arremessar um objeto da ponte Golden Gate, quando o iate real Brittania estivesse passando debaixo dela e a outra era matar Elizabeth durante sua visita ao parque nacional de Yosemite.
Depois do telefonema, o agente relatou o ocorrido ao FBI e um plano de inteligência para a proteção da monarca começou a ser idealizado. Na época, em resposta à ameaça, que não se tornou pública, foram fechadas as passarelas da ponte Golden Gate durante passagem do iate da família real.
O documento que revelava o plano de assassinato só foi liberado após uma solicitação da Lei de Liberdade de Informação, enviada pelo jornal britânico The Guardian. No arquivo, também consta que a polícia federal norte-americana estava em alerta para a visita de Elizabeth aos Estados Unidos em 1991, em função do crescimento de ações de grupos irlandeses que planejavam protestar contra a presença da monarca no país norte-americano.