O governo alemão anunciou neste sábado (13) que fornecerá ajuda militar adicional à Ucrânia. O comunicado ocorre na véspera da primeira visita do presidente da Ucrânia Volodimir Zelenski à Alemanha desde que seu país sofreu a invasão militar da Rússia em fevereiro do ano passado.
O auxílio germânico, correspondente ao valor de US$ 2,950 (cerca de R$ 14,5 bilhões), inclui tanques, munições e sistemas antiaéreos. O ministro da defesa da Alemanha, Boris Pistorius, disse que o governo de Berlim quer mostrar neste pacote de armamentos que "a Alemanha é séria no seu apoio" à Ucrânia.
— A Alemanha proverá toda a ajuda que puder, pelo tempo que for necessário — afirmou Pistorius, em declaração à imprensa.
Visita de Zelensky à Alemanha
A visita do presidente da Ucrânia à Alemanha é avaliada em Berlim como um sinal de que melhoraram as relações entre os dois países. Por vários meses, o governo de Zelensky cultivou suspeitas sobre a dependência alemã à energia exportada pela Rússia e o apoio ao gasoduto Nord Stream, cuja construção foi defendida pela ex-chanceler alemã Angela Merkel.
O sucessor de Merkel, o chanceler Olaf Scholz, concordou em reduzir as importações de energia da Rússia, mas logo após a invasão militar em fevereiro do ano passado, a Alemanha hesitou em fornecer à Ucrânia armas letais, pois temia que o país poderia ser empurrado para o centro daquele conflito no leste europeu. Além disso, com os fortes apoios de Washington, Varsóvia e Londres à Ucrânia, Berlim recebeu uma fria reação diplomática de Kiev.
Apesar de a Alemanha ter sido lenta para apoiar a Ucrânia no ano passado, recentemente o país tornou-se um dos maiores fornecedores de armas à Ucrânia, com o envio de tanques modernos, como o Leopardo 1 e 2, além de sofisticados sistemas para destruir ataques de mísseis e de drones.
Encontro com o Papa no Vaticano
Antes de embarcar para a Alemanha, Volodimir Zelenski teve um encontro com o Papa Francisco, no Vaticano, na tarde deste sábado (13). Os dois já haviam se reunido em fevereiro de 2020, mas esse é o primeiro encontro após o início do conflito no Leste Europeu.
Durante a conversa entre o presidente ucraniano e o líder religioso, o papa lamentou novamente a situação na Ucrânia e os sofrimentos e mortes ocasionados pelo conflito. Desde o início da invasão russa, o pontífice tem pedido pelo fim do conflito e clamado por paz entre os povos.
No Twitter, Zelensky fez um resumo do encontro com o pontífice. "Sou grato por sua atenção pessoal à tragédia de milhões de ucranianos. Falei sobre dezenas de milhares de crianças ucranianas deportadas. Devemos fazer todo esforço para retorná-los para casa", afirmou o presidente da Ucrânia, acrescentando que também condenou os crimes russos no seu país no diálogo com Francisco.
Antes do encontro com o papa, o líder ucraniano foi recebido em Roma pelo presidente italiano, Sergio Mattarella, e pela primeira-ministra do país, Giorgia Meloni. Após já ter visitado outros países aliados da Ucrânia, como Estados Unidos e Inglaterra, esta foi a primeira visita de Zelensky à Itália após o início da invasão russa.