Em sua segunda viagem ao Exterior desde o início da invasão russa, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, visitou o Reino Unido nesta quarta-feira (8), o que aumentou a pressão sobre Moscou com novas sanções e o anúncio de que treinará pilotos ucranianos. À tarde, o presidente ucraniano será recebido pelo rei Charles III no Palácio de Buckingham.
— Continuaremos apoiando a Ucrânia para garantir uma vitória militar decisiva no campo de batalha — disse o primeiro-ministro Rishi Sunak depois de receber Zelensky e antes de o presidente ucraniano discursar aos deputados britânicos.
O diálogo entre o Reino Unido, "um dos primeiros" países "a ajudar a Ucrânia", é "muito importante para a segurança de nosso país e, claro, para a segurança do mundo", afirmou Zelensky durante seu encontro com Sunak, em Downing Street.
O líder ucraniano pede aos ocidentais que intensifiquem sua ajuda militar, em um momento em que seu país teme um novo ataque russo em larga escala.
Sua primeira visita ao Exterior após a invasão russa em fevereiro de 2022 foi uma viagem relâmpago a Washington em dezembro. Ele foi recebido pelo presidente Joe Biden, fez um discurso no Congresso e conseguiu que os Estados Unidos concordassem em fornecer-lhe mísseis patriot, para contra-atacar os ataques aéreos e de mísseis russos.
"A Rússia estaria cometendo um grande erro se pensasse que alguém se cansaria de lutar contra o mal que ela traz", tuitou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, após um telefonema com seu homólogo americano Antony Bliken, "sobre a nova ajuda militar".
Após a viagem surpresa a Londres, parece "provável", embora ainda não tenha sido confirmado, que Zelensky visite em seguida Bruxelas, onde algumas fontes citaram a possibilidade de uma sessão extraordinária do Parlamento Europeu com a sua presença na quinta-feira (9). No mesmo dia terá início um encontro de líderes da União Europeia, que poderá contar com a presença de Zelensky.
A Alemanha concordou recentemente em enviar tanques de batalha e na terça-feira anunciou, juntamente com a Holanda e a Dinamarca, que entregará "pelo menos cem tanques Leopard 1 A5" nos "próximos meses". No entanto, outros países que haviam se comprometido anteriormente a contribuir parecem estar demorando.
Os especialistas concordam que a Rússia prepara uma grande ofensiva para o final do inverno ou início da primavera do Hemisfério Norte, com o objetivo de conquistar todo o Donbass, hoje ocupado parcialmente pelas forças russas.
Mapas atualizados da Rússia, incluindo regiões da Ucrânia que afirma ter anexado — Zaporizhzhia, Kherson, Luhansk e Donetsk — foram colocados à venda nas livrarias de Moscou na terça-feira (7).
Treinamento de pilotos
Zelensky falou com Sunak "sobre o apoio britânico à Ucrânia, começando com um aumento imediato no fornecimento de equipamento militar para ajudar a combater a ofensiva da Rússia na primavera e reforçando-a com apoio de longo prazo", segundo Downing Street.
Londres também teria proposto reforçar a oferta de treinamento do Reino Unido para as tropas ucranianas, principalmente estendendo-a aos pilotos de aviões caça para garantir que a Ucrânia possa defender seu espaço aéreo no futuro.
O Reino Unido forneceu 2,3 bilhões de libras (equivalente a 2,5 bilhões de euros e a 2,8 bilhões de dólares) em ajuda militar à Ucrânia no ano passado e prometeu manter o mesmo nível neste ano, o segundo no mundo depois dos Estados Unidos.
Até agora, concordou em fornecer 14 tanques Challenger 2, mas relutou em fornecer à Ucrânia caças Typhoon e F-35.
Na semana passada, Sunak considerou que os pilotos ucranianos precisariam de "meses" ou mesmo "anos" de treinamento para aprender a operá-los e que estava procurando a maneira mais eficaz de ajudar Kiev a vencer a guerra.