Moradores de Ohio e de outros pontos do leste dos Estados Unidos estão em alerta sobre possíveis contaminações decorrentes do descarrilamento de um trem, em 3 de fevereiro, que transportava uma carga tóxica de cloreto de vinila. Uma névoa potencialmente tóxica e odores intensos foram registrados na área no último dia 7 e agora motivam preocupação das autoridades com possíveis contaminações.
Dois residentes do Estado da Pensilvânia já entraram com uma ação federal contra a Norfolk Souther, empresa responsável pelo trem que descarrilou na linha Ohio-Pensilvânia. O processo tenta exigir que a companhia garanta um monitoramento de saúde para residentes dos dois Estados.
Se a ação for julgada procedente, a operadora ferroviária teria de pagar pelo exame médico e cuidados relacionados a qualquer pessoa em um raio de até 48 km do local do descarrilamento para determinar quem foi afetado pelas substâncias tóxicas liberadas após o acidente.
Em paralelo, uma concessionária de água da Virgínia Ocidental, Estado vizinho, está aprimorando o processo de tratamento de água como precaução após o descarrilamento. A West Virginia American Water disse, no domingo (12), que instalará uma entrada secundária no Rio Guyandotte, caso haja necessidade de mudar para uma fonte alternativa de água. A concessionária observou, no entanto, que não houve nenhuma alteração na água bruta na captação do Rio Ohio.
Cerca de 50 vagões, incluindo 10 transportando materiais perigosos, descarrilaram no acidente. Investigadores disseram que a causa foi um eixo quebrado. Ninguém ficou ferido.
Três dias após o ocorrido as autoridades decidiram liberar e queimar cloreto de vinila dentro de cinco vagões-tanque, lançando no ar cloreto de hidrogênio e o gás tóxico fosgênio.
Os reguladores ambientais têm monitorado o ar e a água nas comunidades vizinhas, e disseram que até agora a qualidade do ar permanece segura e o abastecimento de água potável não foi afetado. Mas alguns moradores reclamaram de dores de cabeça e mal-estar desde o descarrilamento.
A companhia ferroviária Norfolk Southern advertiu que a operação poderia liberar "vapores mortais caso inalados". Em um comunicado publicado na semana passada, o governador de Ohio, Mike DeWine, afirmava-se que "o conteúdo de cloreto de vinila de cinco vagões é atualmente instável e poderia explodir".
O cloreto de vinil é um gás incolor utilizado em uma variedade de produtos plásticos e materiais de embalagem. Quando queimado, pode criar fosgênio, uma substância altamente tóxica, utilizada inclusive como arma química na Primeira Guerra Mundial.