A Guiné Equatorial registrou duas novas mortes ligadas à doença causada pelo vírus Marburg, o que eleva para 11 o número de vítimas fatas desta febre hemorrágica quase tão letal quanto o ebola - informou o governo em um comunicado divulgado nesta terça-feira (28).
"O sistema de alerta foi ativado há dois dias e recebeu oito notificações, incluindo dois mortos com sintomas compatíveis com os da doença", disse o ministro da Saúde, Mitoha Ondo'o Ayekaba, na nota.
"Até o momento, contamos com 48 contatos, dos quais quatro desenvolveram sintomas objeto de vigilância, (e) três se encontram em isolamento hospitalar", acrescentou.
As autoridades não especificaram quando as mortes aconteceram.
Em 13 de fevereiro, a Guiné Equatorial anunciou a morte de nove pessoas entre 7 de janeiro e 7 de fevereiro, no leste do país, pela doença do vírus Marburg.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta é a "primeira epidemia da doença do vírus de Marburg" neste pequeno país da África, localizado na região centro-oeste do continente.
Após declarar "alerta sanitário" em uma província e em um distrito vizinho no leste, as autoridades implementaram um plano de confinamento em estreita colaboração com a OMS para enfrentar a epidemia.
Apenas três pessoas que apresentavam "sintomas leves" da doença foram colocadas em isolamento em um hospital desta zona rural pouco povoada, fronteiriça com Gabão e Camarões, relataram as autoridades.
O vírus Marburg é transmitido aos humanos por morcegos frugívoros e se propaga em humanos por contato direto com fluidos corporais de pessoas infectadas, ou com superfícies e materiais.
Esta doença altamente virulenta causa febre hemorrágica com uma taxa de mortalidade de até 88%. Não há vacinas, nem tratamentos antivirais, aprovados para tratar o vírus. Cuidados de suporte - como reidratação oral, ou intravenosa - e tratamento de sintomas específicos aumentam, contudo, as chances de sobrevivência.
Segundo a OMS, vários potenciais tratamentos estão sendo avaliados, entre eles hemocomponentes, imunoterapias e medicamentos, além de vacinas candidatas com dados de fase 1.
* AFP