Um terremoto de magnitude 7,8 sacudiu o sul da Turquia e o norte da Síria, na madrugada desta segunda-feira (6), deixando milhares de mortes e de feridos, além de danos significativos nos dois países.
Conforme o balanço mais recente, atualizado por volta das 17h desta terça-feira (7), são 7,2 mil vítimas.
Na tarde desta terça-feira, a contagem do número de mortos na Turquia aumentou para 5.434. Na Síria, o balanço de mortos é de 1.832. Os dados foram compilados pelos governos dos países e por grupos de resgate.
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O tremor foi sentido às 4h17min de segunda-feira (22h17min de domingo, no horário de Brasília) e ocorreu a uma profundidade de 17,9 quilômetros, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O epicentro foi localizado no distrito de Pazarcik, na província de Kahramanmaras, no sudeste da Turquia, a cerca de 60 quilômetros da fronteira com a Síria.
Um novo terremoto de magnitude 7,5 atingiu a região às 13h24min (7h24min no horário de Brasília), quatro quilômetros a sudeste da cidade de Ekinozu, de acordo com o USGS. Também houve cerca de 50 tremores secundários, de acordo com Ancara.
— A situação é muito grave, muitas pessoas ainda continuam sob os escombros dos edifícios — declarou o cirurgião Majid Ibrahim, no hospital Al Rahma da cidade de Darkush, no norte da Síria.
Os tremores foram sentidos até a Groenlândia, de acordo com o Instituto Geológico Dinamarquês.
É muito provável que o saldo de vítimas aumente rapidamente, levando em conta o número de prédios desabados nas cidades mais afetadas, como Adana, Gaziantep, Sanliurfa e Diayarbakir, no sudeste da Turquia. Devido ao horário do terremoto, de madrugada, a maioria das pessoas estava em casa dormindo.
— Minha irmã e os três filhos estão sob os escombros. Também o marido dela, o sogro e a sogra. Sete membros da nossa família estão sob os escombros — disse à AFP Muhittin Orakci, ao testemunhar as operações de resgate em frente a um prédio em ruínas em Diyarbakir.
— A irmã dele ainda está sob os escombros — disse uma mulher, apontando para outra vítima inconsolável na mesma cidade.
Por questões de segurança, o gás foi cortado em toda a região, devido a tremores secundários que poderiam gerar explosões. Este é o maior terremoto na Turquia desde 17 de agosto de 1999, quando uma ocorrência causou 17 mil mortes, mil delas em Istambul.
Um segundo terremoto, este de magnitude 7,5, atingiu o sudeste da Turquia, já na tarde desta segunda-feira (no horário local), informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O tremor foi registrado às 13h24min (7h24min no horário de Brasília), com epicentro a cerca de 120 quilômetros do primeiro tremor.
Em busca de sobreviventes
Segundo o vice-presidente turco, Fuat Oktay, pelo menos três dos aeroportos da zona afetada, Hatay, Maras e Gaziantep, foram fechados ao tráfego. A neve e as tempestades que atingiram a região impediram o tráfego em outros aeroportos, incluindo o de Diyarbakir, segundo a AFP.
— Ouvimos vozes aqui e ali. Achamos que talvez 200 pessoas estejam entre os escombros — disse uma equipe de resgate em Diyarbakir, de acordo com uma transmissão da NTV.
Algumas imagens na televisão turca e nas redes sociais mostram pessoas assustadas, de pijama, vagando pela neve enquanto observam equipes de resgate vasculhando os escombros de suas casas.
A emissora NTV indicou que havia prédios desabados nas cidades de Adiyaman e Malatya. Enquanto isso, a televisão estatal síria relatou o desabamento de um prédio perto de Latakia, na costa oeste do país. A mídia pró-governo informou que vários prédios desabaram parcialmente em Hama, no centro da Síria, onde bombeiros e equipes de resgate tentavam resgatar um sobrevivente dos destroços.
Raed Ahmed, chefe do Centro Nacional de Monitoramento Sísmico da Síria, disse à rádio oficial que este foi "historicamente o maior terremoto já registrado". Os Capacetes Brancos disseram que a situação é "catastrófica" e pediram às organizações humanitárias internacionais para "intervir rapidamente" para ajudar a população local.
Ajuda internacional
Na Turquia, o ministro do Interior, Suleyman Soylu, declarou que "todas as nossas equipes estão em alerta" e pediu ajuda internacional. O Azerbaijão, país aliado da Turquia, anunciou o envio imediato de 370 socorristas, segundo a agência oficial de notícias turca.
Estados Unidos, União Europeia, França, Itália, Alemanha e Israel também informaram o envio de equipes de emergência. A Turquia está localizada em uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Especialistas alertam há muito tempo que um grande terremoto poderia devastar Istambul, que permitiu construções generalizadas sem precauções.
Um terremoto de magnitude 6,8 atingiu Elazig em janeiro de 2020, matando mais de 40 pessoas. Em outubro desse mesmo ano, outro de magnitude 7,0 sacudiu o Mar Egeu, causando 114 mortos e mais de 1 mil feridos.