A invasão russa à Ucrânia fez com que milhões de moradores do país fossem obrigados a deixar suas casas em busca de proteção. Após 12 meses desde o início da guerra, aproximadamente oito milhões de ucranianos cruzaram as fronteiras para escapar dos ataques russos, transformando esta na maior crise de refugiados do mundo atualmente. Cerca de outrass seis milhões de pessoas ainda se deslocaram internamente no país para se distanciar das zonas de conflito.
A Rússia iniciou a invasão pelo leste do território ucraniano, onde os dois países dividem fronteira. Por essa razão, a grande maioria dos ucranianos que deixaram o país foi para os países vizinhos a oeste da Ucrânia, principalmente à Polônia.
Milhões de pessoas deixaram a Ucrânia por causa da guerra
Segundo dados do Acnur, o órgão da ONU que trata das questões relacionadas a refugiados, os poloneses são os que mais acolheram ucranianos nestes primeiros 12 meses, com cerca de 1,5 milhão de refugiados do país em seu território. Em seguida, vem a Alemanha, que mesmo não tendo fronteira com a Ucrânia já acolheu pouco mais de um milhão de ucranianos. Depois, estão República Tcheca, com cerca de 500 mil refugiados, e Itália, Espanha e Reino Unido, acolhendo aproximadamente 160 mil ucranianos cada.
— Qualquer exacerbação da guerra pode provocar novos deslocamentos, de uma maneira ou de outra, e temos que nos preparar para isso — afirmou o italiano Filippo Grandi, chefe do Acnur, no final de janeiro.
Grandi passou seis dias na Ucrânia na última semana de janeiro para conferir de perto a situação do conflito e prestar apoio ao governo ucraniano.
— Como vimos em todos os lugares, em Mariupol, em Kherson, sempre que os combates se intensificam, as pessoas naturalmente tentam se proteger — acrescentou o italiano.
A grande maioria dos refugiados ucranianos buscou proteção em outros países europeus, pois a jornada por terra é mais barata e menos complexa de ser realizada. Além disso, assim, os ucranianos também ficam mais perto de sua terra natal, facilitando um possível retorno após o esperado fim do conflito.
O Brasil, apesar de receber um número muito reduzido de refugiados ucranianos em comparação com os países europeus, emitiu em março um visto humanitário para acolher essa população no território nacional. A maior comunidade ucraniana na América Latina vive em terras brasileiras, com cerca de 500 mil a 600 mil pessoas. A maioria está no Paraná, mas há também dezenas de famílias vivendo no Rio Grande do Sul, como em Canoas.