A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta quarta-feira (15) a quantia de 5,6 bilhões de dólares para cobrir as necessidades humanitárias ao longo do ano de 11,1 milhões de pessoas na Ucrânia e 4,2 milhões de refugiados que fugiram do país assolado pela guerra.
— Quase um ano depois, a guerra continua provocando mortes, destruição e deslocamentos diariamente, em uma escala assombrosa — afirmou o diretor de operações humanitárias da ONU, Martin Griffiths, em um comunicado.
— Devemos fazer todo o possível para chegar às comunidades mais difíceis de alcançar, incluindo as que estão próximas da linha de frente. O sofrimento do povo ucraniano está longe de acabar, eles continuam precisando do apoio internacional — acrescentou.
Os organismos humanitários das Nações Unidas precisarão este ano de 3,9 bilhões de dólares para ajudar a 11,1 milhões de pessoas Ucrânia e de US$ 1,7 bilhão para atender as necessidades de 4,2 milhões de refugiados e de suas comunidades de acolhida em vários países do leste da Europa.
A maior parte da ajuda aos refugiados será destinada à Polônia, principal país de recepção no leste europeu, e à Moldávia, por onde transitam muitos refugiados antes de seguir para outros países.
As mulheres e as crianças representam 86% da população total de refugiados, segundo a ONU.
— A Europa demonstrou que é capaz de atuar de forma corajosa e coletiva para ajudar os refugiados — declarou o diretor da agência da ONU para os refugiados, Filippo Grandi.
— Porém, não devemos considerar como garantida a resposta nem a hospitalidade das comunidades de acolhida — , acrescentou Grandi, que pediu "apoio internacional contínuo (...) até que os refugiados possam retornar para suas casas com segurança e dignidade".
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, as organizações humanitárias trabalham para alcançar toda a população do país: quase 16 milhões de pessoas receberam ajuda e serviços de proteção no ano passado, inclusive em áreas fora do controle do governo ucraniano.
Na Ucrânia, "a guerra afetou profundamente o acesso aos meios de subsistência e perturbou a estabilidade dos mercados, em particular nas províncias do sul e do leste, agravando ainda mais o sofrimento humanitário", destaca o comunicado da ONU.