O presidente Joe Biden conseguirá manter as estreitas maiorias no Congresso dos Estados Unidos? Ou o controle do Senado e da Câmara de Representantes voltará para as mãos dos republicanos, que tentarão obstruir as políticas do chefe do Executivo?
A resposta virá na terça-feira (8), durante as eleições de meio de mandato, nas quais estão em jogo a Câmara de Representantes, 30 assentos no Senado, 36 governadores e praticamente todas as assembleias locais.
Essas eleições se tornaram um referendo sobre o ocupante da Casa Branca. Em mais de 160 anos, o partido do presidente raramente escapou da punição.
O que se elege?
Como acontece a cada dois anos, todos os 435 assentos na Câmara de Representantes dos EUA estão em disputa. No Senado, que tem cem cadeiras com mandato de seis anos, serão renovadas 35 — que começarão seu mandato em 3 de janeiro de 2023.
Os americanos também elegerão os governadores de 36 dos 50 Estados da União, bem como uma série de autoridades locais.
O que dizem as pesquisas?
De acordo com as últimas pesquisas, a oposição republicana tem boas chances de conquistar entre 10 e 25 cadeiras na Câmara baixa, mais do que suficiente para arrebatar a maioria. Em contrapartida, as pesquisas são mais variadas sobre o destino do Senado, mas os republicanos parecem ter vantagem também.
Referendo duplo
Embora o nome de Biden não apareça nas cédulas, muitos americanos veem esta eleição como um referendo sobre o presidente. Mas também são um grande teste para o futuro político de Donald Trump, que se jogou de cabeça na campanha, multiplicando comícios por todo o país.
Para ambos, de olho nas eleições de 2024, o resultado das "midterms" pode pressagiar uma possível reedição das presidenciais de 2020.
O que está em jogo?
O impacto destas eleições será decisivo em todo o país. Biden pede aos americanos um voto de confiança com maiorias suficientes para contornar as regras do Congresso que atualmente o impedem de legalizar o aborto em todo o país ou proibir fuzis de assalto.
Em quase todos os discursos, ele insiste que o futuro do aborto, das armas de fogo e do sistema de saúde dependerá do resultado dessa votação.
Por sua vez, os republicanos prometem liderar uma luta feroz contra a inflação, a imigração, o crime e continuar sua ofensiva contra os atletas transgêneros. Alguns também consideram cortar a ajuda de Washington à Ucrânia.
Os candidatos do "Grand Old Party" também prometeram que, se obtiverem maioria legislativa, abrirão uma série de investigações parlamentares contra Biden, seu assessor na pandemia Anthony Fauci e seu ministro da Justiça Merrick Garland.
Também planejam enterrar o trabalho da comissão parlamentar que investiga o ataque de janeiro de 2021 ao Congresso por apoiadores de Trump.