O governo da Etiópia e os rebeldes da região do Tigré anunciaram nesta quarta-feira que aceitaram um convite da União Africana (UA) para participarem de negociações de paz na África do Sul, após quase dois anos de guerra.
"A União Africana (UA) enviou um convite para conversações de paz. O governo da Etiópia aceitou o convite", afirmou no Redwan Hussein, conselheiro de Segurança Nacional do primeiro-ministro Abiy Ahmed.
O Serviço de Comunicação do Governo etíope (GCS) afirmou que a UA comunicou a data e o local das conversações em seu convite, mas não revelou detalhes.
Autoridades regionais do Tigré disseram que estão "dispostas a enviar sua equipe de negociação para a África do Sul", mas que desejavam saber que partes estarão presentes e que papel a comunidade internacional irá desempenhar.
"Levando em conta que não fomos consultados antes desse convite, precisamos que algumas das seguintes questões sejam esclarecidas para iniciar um começo promissor para as negociações de paz", assinala uma declaração assinada pelo líder da Frente Popular de Libertação do Tigré (TPLF), Debretsion Gebremichael.
Após uma trégua de cinco meses, em 24 de agosto os combates recomeçaram entre o exército federal etíope, apoiado pelas forças das regiões vizinhas e tropas da Eritreia, e os rebeldes de Tigré.
O conflito começou em novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, enviou o exército do país a Tigré para expulsar o governo regional, que contestava sua autoridade há vários meses e que, segundo o Executivo, havia atacado bases militares.
O conflito provocou um número difícil de determinar de mortos e forçou dois milhões de pessoas a abandonar suas casas.
* AFP