Nunca tinha visto isso. A grandiosidade do funeral de rainha Elizabeth II, que morreu na última quinta-feira (8), causa estranhamento ao mundo. Serão 11 dias daquela data até o sepultamento, na próxima segunda-feira (19). E todos os dias são importantes.
Esta quarta-feira (14), talvez, seja o dia que ficará para sempre na lembrança dos britânicos. Foi a última vez que a rainha Elizabeth II deixou o palácio de Buckingham.
Sobre uma carruagem, o caixão. E sobre o caixão, a coroa que ela carregou por mais de 70 anos. Década após década, entre escândalos, mudanças e transformações da sociedade, Elizabeth II construiu uma relação sólida com o povo.
Os ingleses exigiram silêncio. Era o momento adeus. Só se escutava o som das bandas da Guarda Real. Por vezes, parecia os compassos de um coração.
As pessoas choram. Choram quietas. E cada uma está concentrada em si. Vejo uma mulher sobre os ombros do marido. Ela olha atenta, nem pisca. No fim do cortejo, converso com ela.
— É muito difícil responder o que Elizabeth representa pra mim. Ela foi uma mulher forte, inspiradora, chefe da nação e ao mesmo tempo tão próxima e popular. Ela é incomparável. Vai passar muitos anos, muito tempo e todos lembrarão dela com carinho — relata a inglesa Tania Fazuel, 54 anos, assistente educacional.
Após a passagem do caixão com o corpo, o cortejo seguiu com os quatro filhos da rainha, entre eles, o rei Charles. Os filhos dele, Harry e William, também estavam ali. Todos discretos. O cortejo terminou com carros com vidros escuros — provavelmente, traziam as esposas dos príncipes.
Muita gente gravou vídeos. Outros fizeram fotos. Eu pergunto a um homem se as fotos ficaram boas. Ele me diz:
— Não tive coragem de olhar. Preferi gravar e ver em casa.