As chuvas e ventos fortes provocados pela passagem do furacão Fiona pela República Dominicana deixaram um morto e mais de 12.000 deslocados, informaram autoridades, depois que o fenômeno causou danos catastróficos em Porto Rico.
As precipitações registradas e os ventos obrigaram as autoridades a levarem 12.485 pessoas para "áreas seguras", sendo 1.047 transferidas para abrigos públicos, afirmou o diretor do Centro de Operações de Emergência (COE), major-general Juan Méndez García.
Um homem morreu em Nagua (norte) quando uma árvore que ele cortava caiu sobre ele, confirmaram autoridades.
Há interrupções no fornecimento de energia em diversos setores.
O centro do furacão, no entanto, já está fora do território dominicano. O COE reduziu o estado de alerta vermelho para sete províncias das 32 do país. O alerta vermelho chegou a afetar 18 regiões durante a segunda-feira.
O presidente Luis Abinader anunciou que três províncias do leste foram declaradas zonas de desastre: La Altagracia - à qual pertence a turística Punta Cana-, El Seibo e Hato Mayor.
Moradores de bairros pobres dessa região, uma das zonas em alerta pelo furacão, caminhavam entre suas casas de madeira, com água até os tornozelos. Fiona também deixou ruas alagadas, vias bloqueadas e postes de luz derrubados nos setores de Bávaro, Verón e Friusa, na turística Punta Cana.
"Passou em alta velocidade", comentou Vicente López, encarregado de cuidar da praia de Bibijagua, em Punta Cana, lamentando as lojas destruídas. A imprensa local relatou inundações em outras localidades costeiras, entre elas Higüey.
"O olho do furacão Fiona tocou solo na costa da República Dominicana perto de Boca de Yuma às 3h30 (4h30 no horário de Brasília)", com ventos estimados em 150 km/h, informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) no Twitter.
As chuvas continuarão "pelo menos até quinta-feira", disse Francisco Holguín, do Escritório Nacional de Meteorologia (Onamet), em entrevista à TV. O governo suspendeu o dia de trabalho de hoje no país, de 10,5 milhões de habitantes.
O furacão é de categoria 1, a mais baixa do total de cinco na escala de Saffir-Simpson, mas deve "ganhar ainda mais força nas próximas 48 horas", acrescentou o NHC.
- 'Danos catastróficos' -
O furacão Fiona deixou Porto Rico sem energia elétrica no domingo (18), após provocar chuvas torrenciais que causaram graves danos materiais em várias regiões da ilha caribenha.
O apagão geral em Porto Rico aconteceu pouco depois das 13h (14h no horário de Brasília), relatou a Autoridade de Energia Elétrica de Porto Rico, a empresa pública encarregada da geração de energia elétrica.
Esse órgão conseguiu religar vários geradores, um primeiro passo para o restabelecimento da rede elétrica, afirmou seu diretor, Josué Colón, em entrevista transmitida pela televisão.
Segundo os protocolos estabelecidos, assim que conseguir reativar a rede, a autoridade tentará restabelecer, em primeiro lugar, o serviço em hospitais e em outros prédios governamentais que oferecem serviços essenciais.
- Cheias e inundações -
"Toda ilha está experimentando um grande acúmulo de água", informou na tarde de domingo o governador do Porto Rico, Pedro Pierluisi, durante coletiva de imprensa.
As autoridades reportaram danos graves em muitas localidades de Porto Rico, como quedas de árvores e da rede elétrica, deslizamentos, desmoronamentos e obstruções viárias.
Em Utuado, no centro da ilha, a cheia de um rio arrastou uma ponte, segundo Pierluisi.
"Os danos que estamos vendo são catastróficos em várias áreas", declarou o governador.
Os rios Grande de Loiza e Cagüitas, no norte e no centro da ilha, transbordaram em algumas áreas, disse o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos (NWS, na sigla em inglês) no Twitter.
O furacão deixou pelo menos 196.000 pessoas sem água potável, devido aos apagões e às cheias dos rios, informaram autoridades.
Em sua passagem por Guadalupe na noite de sexta-feira (16), Fiona também causou sérios danos, e um homem morreu arrastado com sua casa, pelo aumento no volume das águas de um rio.
* AFP