A polícia de Nova York identificou o agressor do autor Salman Rushdie, atacado nesta sexta-feira (12) minutos antes de começar uma palestra. Trata-se de Hadi Matar, homem de 24 anos que permanece sob custódia, segundo informou a polícia estadual em coletiva de imprensa para dar detalhes do ataque em Chautauqua, noroeste do estado de Nova York.
O jovem é um residente de Fairview, Nova Jersey, disse um porta-voz da polícia, que estava falando de Jamestown, a cidade de Nova York. Até o momento do comunicado, não havia indicação de motivo para a para a agressão, disse o porta-voz, acrescentando que Matar esfaqueou Rushdie pelo menos uma vez no pescoço e uma vez no abdômen. O escritor foi operado em um hospital em Erie, Pennsylvania, para onde foi transportado de helicóptero de Chautauqua.
O porta-voz da polícia disse que Rushdie foi inicialmente atendido por um médico que estava na plateia da conferência, que ainda atendeu outro orador, Henry Reese, que também foi agredido e sofreu ferimentos no rosto, mas que já teve alta.
Já o agente literário do escritor Salman Rushdie fez uma atualização sobre o estado de saúde do autor de Versos Satânicos. De acordo com Andrew Wylie, Rushdie estava em um respirador. "As notícias não são boas. Salman provavelmente perderá um olho; os nervos de seu braço foram cortados; e seu fígado foi esfaqueado e danificado", disse em comunicado.
Um repórter da agência Associated Press testemunhou o momento em que homem invadiu o palco da Chautauqua Institution e começou a agredir Rushdie enquanto ele estava sendo apresentado. O autor caiu no chão no mesmo instante e o homem foi controlado.
Segundo a governadora de Nova York, Kathy Hochul, o escritor foi salvo por um policial local. A governadora fez uma declaração pública de cerca de duas horas depois do ataque.
— Foi um policial estatal que se levantou e salvou sua vida, o protegeu e ao moderador (da conferência) —
Rushdie se tornou um inimigo público do Irã em 1988, quando sua obra Versos Satânicos foi proibida. Era o regime de Khomenei e suas palavras foram consideradas uma blasfêmia. Um ano depois, o aiatolá Ruhollah Khomeini emitiu uma fatwa pedindo a morte de Rushdie. O Irã também ofereceu também mais de US$ 3 milhões em recompensa para quem matar Rushdie.