A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, deixou Taiwan nesta quarta-feira (3), após uma visita responsável por escalar tensões com a China, afirmando que ela e outros membros do Congresso americano em sua delegação mostraram que não vão abandonar seus compromissos com a ilha. Agora, Pelosi embarca para a Coreia do Sul, próximo destino de sua tour pela Ásia, que também incluiu Singapura, Malásia e Japão.
A visita de Pelosi conquistou apoio bipartidário nos Estados Unidos e entre as democracias do mundo. No entanto, o governo de Joe Biden não apoiou abertamente a decisão de Pelosi de viajar a Taiwan. O próprio presidente chegou a comentar que os militares sentiam que "não era uma boa ideia agora" em meio às tensões exacerbadas de ambos os lados.
A China respondeu à visita anunciando uma série de exercícios militares em torno de Taiwan e emitindo protestos dirigidos ao governo dos Estados Unidos e de Taiwan, acusando-os de conspirar para minar a soberania e a segurança nacional da China.
Em 2016, a China cortou laços com Tsai Ing-wen, presidente taiwanesa, por sua recusa em aceitar que a ilha faria parte de uma nação única chinesa.
"Esta ação é um impedimento solene contra a recente grande escalada de ações negativas dos Estados Unidos sobre a questão de Taiwan, e um sério alerta às forças da independência da ilha que buscam a independência", informou o comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular na terça-feira (2).
Os exercícios militares chineses incluirão procedimentos aéreos e marítimos, além de direcionamento de mísseis de longo alcance, segundo comunicado. As operadoras já estão se preparando para interrupções na aviação e navegação comercial.
A resposta chinesa despertou preocupações sobre uma nova crise no Estreito de Taiwan, semelhante ao de 1995 e 1996, quando a China realizou exercícios militares ameaçadores e cercaram a ilha com ataques de mísseis nas águas ao norte e ao sul de seus principais portos.