O primeiro-ministro do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, renunciou nesta segunda-feira (9) - anunciou seu porta-voz, após a sequência de confrontos violentos entre seus simpatizantes e manifestantes contra o governo.
Em um dia de muitos confrontos, que deixaram mais de 140 feridos, um deputado do partido governante matou um manifestante e em seguida cometeu suicídio, de acordo com a polícia.
O chefe de Governo, de 76 anos, enviou sua carta de renúncia para o irmão caçula, o presidente Gotabaya Rajapaksa, abrindo caminho para um "novo governo de unidade", disse o porta-voz Rohan Weliwita.
A polícia do Sri Lanka decretou toque de recolher em Colombo, capital do país, depois dos confrontos - quando usou gás lacrimogêneo e jatos d'água contra os manifestantes.
Também nesta segunda-feira, o parlamentar do partido governista Amarakeerthi Athukorala abriu fogo e feriu gravemente duas pessoas que bloqueavam a passagem de seu carro em Nittambuwa. Mais tarde, ele foi encontrado morto, após tentar se esconder em um prédio próximo, segundo a polícia.
Os confrontos entre simpatizantes do governo e manifestantes contrários ao Executivo deixaram pelo menos 140 feridos, que foram levados para o hospital nacional da capital, segundo uma porta-voz do centro de saúde
Há vários meses, este pequeno país de 22 milhões de habitantes do sul da Ásia, independente desde 1948, enfrenta uma grave escassez de alimentos, combustíveis e medicamentos.
O colapso econômico começou a ser percebido, depois que a pandemia de coronavírus cortou a receita do turismo e das remessas.
Calculada em US$ 51 bilhões, a grande dívida externa levou o governo a decretar a moratória de pagamentos em 12 de abril.
Os opositores exigem a renúncia de Rajapaksa, acusado de provocar a crise.
* AFP