A invasão russa da Ucrânia terá um "impacto negativo de longo prazo" na segurança regional do mar Báltico, afirmaram nesta quarta-feira (25) os chefes diplomáticos dos países dessa região, reunidos pela primeira vez em nove anos e sem a Rússia.
Os encontros ministeriais do Conselho de Estados do mar Báltico, uma instância de cooperação regional, foram suspensos após a anexação russa da Crimeia em 2014 e o apoio de Moscou aos separatistas do leste da Ucrânia.
No entanto, os chefes diplomáticos dos 10 países (Alemanha, Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Polônia, Estônia, Lituânia e Letônia) se reuniram nesta terça e quarta-feira em Kristiansand, sul da Noruega, na presença do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
A Rússia, por outro lado, não esteve representada depois que suspendeu sua participação no conselho em 3 de março e se retirou formalmente no dia 17 do mesmo mês.
"A agressão russa é totalmente incompatível com o modelo cooperativo de relações internacionais na Região do Mar Báltico, tem um impacto negativo sobre a segurança regional e é contrária a uma ordem baseada em regras", afirmaram os participantes em uma declaração conjunta.
"As relações do Conselho com Rússia e Belarus permanecerão rompidas até que seja possível uma cooperação sob os princípios do direito internacional", acrescentaram.
Reafirmaram também seu apoio à Ucrânia e disseram estar "prontos para participar de uma associação forte de cooperação e reconstrução" e para a abertura de investigações internacionais sobre os crimes de guerra, ao afirmar que "a Rússia e seu cúmplice Belarus têm total responsabilidade pela guerra".
A reunião ocorreu em um momento em que dois países da região - Finlândia e Suécia - solicitaram sua adesão à Otan.
* AFP