Cerca de 5.000 pessoas se manifestaram nesta segunda-feira (2) em Yerevan, capital da Armênia, para exigir a saída do primeiro-ministro Nikol Pashinyan, acusado pela oposição de querer entregar o enclave separatista de Nagorno Karabakh ao Azerbaijão.
"Estamos lançando um movimento de protesto popular para obrigar Pashinyan a renunciar", declarou à AFP o vice-presidente do Parlamento e líder da oposição, Ichkhan Sagatelian
"É um traidor, mentiu ao povo", afirmou, acusando Pashinyan, de 46 anos, de querer entregar Nagorno Karabakh ao Azerbaijão, uma região separatista povoada majoritariamente por armênios. "Não tem nenhum mandato popular para fazê-lo", disse Sagatelian.
Nagorno Karabakh, disputado por ambos os países há 30 anos, viveu uma guerra de seis semanas em 2020 que deixou mais de 6.500 mortos e terminou com um cessar-fogo mediado pela Rússia.
Como parte do acordo, a Armênia cedeu grande parte desse território que controlava desde os anos 1990. Uma força russa de manutenção da paz foi deslocada para Nagorno Karabakh.
Em abril, o primeiro-ministro armênio declarou diante do Parlamento que "a comunidade internacional pediu à Armênia que reduza sua exigências sobre Nagorno Karabakh", uma declaração que a oposição considerou um indício de sua vontade de ceder todo o território para o Azerbaijão.
Sagatelian alertou que os protestos continuarão enquanto Pashinyan estiver no poder.
* AFP