Ocorreu na manhã deste domingo (15), em Berlim, na Alemanha, uma reunião com diplomatas de países integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para falar sobre a situação da Ucrânia e tratar sobre a possível inclusão da Finlândia e da Suécia à aliança militar. O assunto tem gerado discordâncias entre os membros.
Durante o encontro, Mircea Geoana, vice-secretário-geral da Otan, se mostrou favorável ao ingresso da Finlândia e da Suécia à aliança militar, ainda mais frente ao cenário de instabilidade no leste europeu com a expansão da Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro.
— Estou confiante de que os aliados olharão de forma construtiva e positiva para a sua participação (da Finlândia e Suécia) nesta aliança — disse Mircea.
Apesar da posição de Geoana, nem todos membros concordam com o ingresso dos dois países. Há dois dias, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, expressou oposição sobre a adesão dos países nórdicos. O presidente turco já criticou, no passado, as conexões entre a Suécia e militantes curdos na Síria e aponta isso como uma ameaça à aliança.
O vice-secretário-geral da Otan tentou convencer o presidente turco durante reunião e garantiu que a relação será totalmente transparente e de apoio mútuo entre todos membros.
— Finlândia e Suécia já são os parceiros mais próximos da Otan. Eles têm forças armadas fortes, já contribuem para a segurança euro-atlântica e também são muito interoperáveis com o resto da Otan. A Turquia é um importante aliado. Eles (países nórdicos) expressaram preocupações que são abordadas e discutidas entre amigos e aliados — completou.
Autoridades dos EUA disseram que apoiam a adesão da Finlândia e da Suécia à aliança e estão tentando esclarecer a posição da Turquia.
O principal assunto tratado durante o encontro foi a situação da Ucrânia. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, tomou café da manhã neste domingo com o ministro das Relações Exteriores do país ucraniano, Dmytro Kuleba, em Berlim. Os dois discutiram o impacto da guerra brutal da Rússia, inclusive na segurança alimentar global, e se comprometeram a buscar uma solução para exportar grãos da Ucrânia para os mercados internacionais.
Governo da Finlândia
O governo finlandês finalizou um relatório neste domingo que oficializa a intenção do país de se juntar à Otan. O documento afirma que a decisão de se juntar à aliança militar se deu por conta das mudanças no ambiente de segurança, em que compromissos internacionais e princípios da segurança europeia não impediram a guerra no continente.
O relatório, feito pela Comissão Ministerial de Política Externa e Segurança, será apresentado neste domingo ao governo, em sessão plenária marcada para começar às 11h (de Brasília, ou 17h do horário de Helsinque). Uma vez adotado, a versão final do documento será submetida ao Parlamento finlandês.
No sábado (14), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reforçou que haveria consequências à adesão da Finlândia à Otan. Entre os membros da aliança, apenas a Turquia se opõe à entrada do país nórdico.