Pelo menos 50 pessoas morreram e cerca de cem ficaram feridas, nesta sexta-feira (8), em um ataque com foguetes contra a estação de Kramatorsk, cidade do leste da Ucrânia, onde centenas aguardavam um trem para deixar a região.
— Foi um ataque deliberado — afirmou o chefe da empresa ferroviária ucraniana Ukrzaliznytsia, Oleksander Kamyshin, no aplicativo Telegram.
Em frente à estação, havia vários carros carbonizados e os restos de um míssil. Por toda a parte, viam-se malas abandonadas, estilhaços de vidro e escombros. O interior da estação estava coberto de sangue, que se espalhava pela rua.
Mais cedo, um repórter da AFP havia estado na estação. Naquele momento, havia centenas de pessoas à espera de um trem para deixar a região, ameaçada por uma ofensiva russa de grande envergadura.
"Todas as declarações dos representantes do regime nacionalista de Kiev sobre o suposto 'ataque com foguete' realizado pela Rússia em 8 de abril na estação ferroviária da cidade de Kramatorsk são uma provocação e são absolutamente falsas", disse o ministério em comunicado divulgado pelo Agência de notícias RIA Novosti.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque desta sexta como um ato de "maldade sem limites" por parte da Rússia.
"Como não têm força, nem coragem, para nos enfrentarem no campo de batalha, destroem, cinicamente, a população civil. É um maldade sem limites. E, se isso não for punido, não vai parar nunca", declarou o presidente no aplicativo Telegram, denunciando os métodos "desumanos" das forças russas.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou "firmemente" o ataque e acusou a Rússia de querer "fechar as rotas de evacuação" para civis.
"Condeno veementemente o ataque cego desta manhã a uma estação em #Kramatorsk pela Rússia, que matou dezenas de pessoas e deixou muitos feridos", disse Borrell no Twitter.
"Esta é uma nova tentativa de fechar as rotas de evacuação para aqueles que fogem desta guerra injustificada e causam sofrimento humano", denunciou.