O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciará nesta quinta-feira (31) a liberação de 1 milhão de barris de petróleo por dia de suas reservas estratégicas por seis meses, em uma tentativa de reduzir o preço, informou a Casa Branca.
"Após consultas com aliados e parceiros, o presidente anunciará a maior liberação de reservas da história, colocando 1 milhão de barris por dia adicionais diariamente nos próximos seis meses", afirma o comunicado.
"A magnitude é sem precedentes: nunca no mundo reservas foram despejadas (no mercado) a uma taxa de 1 milhão de barris por dia por tanto tempo. Essa liberação recorde fornecerá um valor histórico para servir de ponte até o final do ano, quando a produção doméstica aumenta", acrescenta a nota.
A medida despejará uma quantidade significativa no mercado global de petróleo superaquecido, que provocou ondas inflacionárias. A liberação de reservas equivaleria a aumentar a oferta mundial em cerca de 1%.
Lutando contra dados ruins nas pesquisas e com eleições legislativas em que a oposição desponta como favorita para retomar o controle do Congresso, a Casa Branca tenta mostrar que Biden tem solução para um problema nascido na pandemia e ampliado pela guerra na Ucrânia.
O petróleo caiu acentuadamente após as primeiras informações sobre o plano americano, logo depois que a Opep+ decidiu aumentar modestamente a produção, ignorando os pedidos para aliviar a pressão dos preços provocada pela guerra na Ucrânia.
A liberação de petróleo dos EUA diminuirá os usos anteriores de reservas estratégicas anunciadas por Biden simultaneamente com outros países em 1º de março após a invasão russa, e também no ano passado, em resposta ao aumento da inflação.
Apesar de uma economia em recuperação e do controle da pandemia, Biden recebe pouco crédito dos eleitores, que o culpam pelo aumento dos preços em todos os lugares, do supermercado às concessionárias de automóveis. Os transtornos nas cadeias produtivas relacionados aos diferentes ritmos de recuperação econômica no mundo fazem parte do fenômeno da inflação.
Também por trás dessa tendência politicamente perigosa estão os custos do combustível, que, por sua vez, aumentam os preços do transporte para quase todos os bens. E para os motoristas, o choque dos preços nos postos de gasolina são uma fonte constante de irritação.
Os preços da gasolina estão atualmente em média de US$ 4,23 por galão; 47% acima de um ano atrás. O barril de WTI caiu 4,6%, enquanto nos contratos futuros do barril de Brent, referência europeia, a queda foi de 5,5%, para US$ 107,20.
Os preços do petróleo bruto chegaram a quase US$ 140 em março devido a preocupações com a Rússia, um dos maiores produtores mundiais, que lançou uma invasão da Ucrânia e que tem sido alvo de várias sanções internacionais.
Os preços caíram um pouco desde que os EUA proibiram as importações russas em 8 de março, mas ficaram em torno de US$ 100 desde então.