A Armênia alertou na quinta-feira (24) sobre uma "catástrofe humanitária" em Nagorno Karabakh, uma região separatista do Azerbaijão apoiada por Yerevan, cujo fornecimento de gás, essencial para aquecimento, foi suspenso.
O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, alertou na quinta-feira que a região, diante das baixas temperaturas, está "à beira de uma catástrofe humanitária".
"Isso mostra claramente que a política do Azerbaijão para os armênios de Karabakh é tornar a vida deles miserável em sua própria terra", disse o líder armênio em uma reunião do governo.
Entre 25.000 e 120.000 armênios vivem em Nagorno Karabakh.
O fornecimento de gás foi suspenso no sábado, um dia após a conclusão dos trabalhos de reparo em um gasoduto da Armênia.
O governo armênio acusa o Azerbaijão de presunçosamente privar a população armênia de Karabakh de gás, acusações que as autoridades do Azerbaijão afirmam ser "infundadas".
"O Azerbaijão aterroriza nossa população para que as pessoas deixem Karabakh. É inaceitável e desumano", disse a porta-voz das autoridades separatistas de Nagorno Karabakh, Lusiné Avanesian.
A União Europeia disse na quarta-feira que havia uma "necessidade urgente de garantir uma retomada imediata do fornecimento de gás para a população local afetada".
Povoada principalmente por armênios, a região montanhosa de Nagorno Karabakh se separou do Azerbaijão quando a União Soviética entrou em colapso, provocando uma primeira guerra na década de 1990 que causou cerca de 30.000 mortes e centenas de milhares de refugiados.
Um novo conflito eclodiu em 2020, que deixou mais de 6.500 mortos em seis semanas e terminou com a derrota da Armênia, que teve que ceder várias regiões ao redor de Nagorno Karabakh.
* AFP