A junta governante de Mianmar negou, nesta segunda-feira (7), a notícia da libertação de um acadêmico australiano que está detido no país há um ano, horas depois que o primeiro-ministro do Camboja anunciou sua soltura.
O economista Sean Turnell trabalhava como conselheiro da líder civil Aung San Suu Kyi quando foi preso em fevereiro de 2021, dias após o golpe militar no país.
Ele foi acusado de violar as leis de segredos oficiais e pode enfrentar uma sentença máxima de 14 anos de prisão se for declarado culpado.
Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen, anunciou que o acadêmico havia sido "libertado" no dia anterior, mas depois se retratou e pediu desculpas por seu erro.
O líder cambojano, que se reuniu com a junta birmanesa no mês passado, disse que transmitiu aos militares o pedido do governo australiano para libertar Turnell.
O porta-voz da Junta, Zaw Min Tun, negou que Turnell tenha sido libertado, mas reconheceu que Hun Sen levantou a questão durante sua visita, a primeira de um dignitário estrangeiro à Mianmar desde o golpe.
"Em relação a esta questão, o general-em-chefe Min Aung Hlaing indicou que pensaria sobre isso depois que o processo judicial terminasse", disse à AFP.
Grupos de direitos humanos levantaram preocupações sobre o caso contra Turnell, especialmente depois que a embaixada australiana foi negada o acesso a uma audiência contra ele em setembro.
* AFP