Líderes e organizações mundiais reagiram nesta segunda-feira (21) à decisão do presidente russo Vladimir Putin de reconhecer a independência de Donetsk e Luhansk, territórios separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia.
Após a assinatura do decreto com a decisão, o Kremlin publicou outros documentos ordenando o envio de tropas para realizar "funções de manutenção da paz" nessas regiões.
Confira as reações e declarações dos principais líderes e organizações mundiais:
Volodimir Zelensky, presidente da Ucrânia
A Ucrânia pediu uma reunião "imediata" do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) diante da ameaça de uma invasão russa. "A pedido do presidente Volodimir Zelensky, solicito oficialmente consultas imediatas com os membros do Conselho de Segurança da ONU em nome do artigo 6 do Memorando de Budapeste", disse no Twitter o ministro das Relações Exteriores ucraniano Dmytro Kuleba.
Joe Biden
A Casa Branca informou nesta segunda-feira que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinará uma ordem executiva com sanções contra os territórios ucranianos de Luhansk e Donetsk. A decisão proibirá novos investimentos, comércio e financiamento americano nas duas províncias separatistas. A ordem executiva fornecerá autoridade para impor sanções a qualquer pessoa determinada a operar nas áreas de Donetsk e Luhansk.
"Também anunciaremos, em breve, medidas adicionais relacionadas à flagrante violação de hoje dos compromissos internacionais da Rússia”, diz o comunicado.
Além disso, Biden conversou com o homólogo francês, Emmanuel Macron, e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, sobre a escalada contínua da Rússia ao longo das fronteiras da Ucrânia. Segundo comunicado emitido pela Casa Branca, os líderes condenaram veementemente a decisão de Putin de reconhecer as regiões de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, como "independentes".
Emmanuel Macron
O presidente da França, Emmanuel Macron, criticou nesta segunda-feira a decisão do colega russo de reconhecer a independência das regiões separatistas pró-Rússia localizadas no leste da Ucrânia e pediu "sanções europeias seletivas" contra Moscou, segundo comunicado divulgado pelo Palácio do Eliseu. O presidente francês também pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, denunciando uma "violação unilateral dos compromissos internacionais da Rússia e uma violação da soberania da Ucrânia", informou seu gabinete.
Boris Johnson
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou nesta segunda o reconhecimento da independência das regiões separatistas da Ucrânia pela Rússia como "uma violação flagrante da soberania" do país e do "repúdio" dos acordos de paz de Minsk. Johnson vê "indícios de que as coisas evoluem em uma direção ruim na Ucrânia''. O Reino Unido informou que vai anunciar amanhã novas sanções à Rússia.
União Europeia
A União Europeia avalia que a Rússia viola o direito internacional ao prosseguir com o reconhecimento das áreas de Donetsk e Luhansk, não controladas pelo governo da Ucrânia, como entidades independentes. Em comunicado assinado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, os líderes afirmam que a UE "reagirá com sanções contra os envolvidos neste ato ilegal".
ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou nesta segunda que a decisão da Rússia de reconhecer a independência dos territórios separatistas ucranianos é "uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia". Segundo diplomatas, na tarde desta segunda-feira estavam adiantadas as discussões para convocar o mais rapidamente possível uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre o reconhecimento da independência decidido pela Rússia.