As autoridades de saúde francesas relataram nesta terça-feira (4) um recorde de mais de 270.000 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas.
No total, 271.686 casos foram registrados em 24 horas, segundo dados divulgados pela organização de saúde pública Santé Publique France.
Horas antes, o ministro da Saúde, Olivier Véran, adiantou ao Parlamento que esse número seria "provavelmente perto de 300.000 infecções em 24 horas".
O governo francês vem alertando há semanas que a variante ômicron circula ativamente pelo país.
No final de dezembro, a França registrou pouco mais de 230.000 novos casos de covid-19 em um dia.
Embora sua letalidade pareça mais fraca em comparação com a variante delta, que há meses domina o panorama epidemiológico da pandemia mundial, a variante ômicron é altamente contagiosa.
No entanto, o aumento das infecções coloca maior pressão sobre o sistema sanitário.
O aumento exponencial dos casos também é explicado pelo aumento dos testes de detecção: na semana passada, oito milhões de pessoas foram submetidas a testes, tanto por PCR como autodiagnósticos, menos precisos, porém mais rápidos.
O índice de positivos está acima de 15%, próximo aos recordes do outono de 2020.
Diante dessa onda de contaminações, o presidente Emmanuel Macron declarou nesta terça-feira que irá "incomodar" os não vacinados "até o fim", limitando seu acesso às atividades da vida social.
"Os não vacinados, realmente quero muito incomodá-los. E assim continuaremos a fazê-lo, até o fim. Essa é a estratégia", disse o presidente francês, durante entrevista ao jornal Le Parisien.
O ministro da Saúde francês também insistiu que as vacinas são a barreira mais confiável à disposição até agora.
As vacinas "não previnem a contaminação, mas impedem o desenvolvimento do vírus depois da infecção (...) e, portanto, de formas graves" da doença, insistiu.
"Para cada paciente vacinado com uma dose de reforço sendo reanimado, há 20 pacientes não vacinados", resumiu Véran.
Ao mesmo tempo, o Ministro do Interior, Gérald Darmanin, explicou em um comunicado que as forças de segurança detectaram "192.483 passaportes sanitários falsos" até 30 de dezembro.
A Justiça abriu 435 investigações para interromper esse fluxo de certificados de vacinação fraudulentos.
* AFP