A economia da Alemanha cresceu 1,8% no terceiro trimestre, uma decepção em relação ao trimestre anterior revisado para cima (1,9%) - informam dados provisórios divulgados nesta sexta-feira (29) pelo instituto Destatis.
"A reativação da economia alemã continuou durante o verão (inverno no Brasil)", afirma o Destatis, principalmente graças ao aumento do consumo interno, em um contexto de reativação afetada pela escassez de componentes para a indústria.
Recentemente, o governo alemão revisou para baixo suas estimativas de crescimento para 2021.
Analistas ouvidos pela Factset antecipavam um crescimento de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Em um ano, o crescimento foi de 2,5% no terceiro trimestre, segundo dados corrigidos de efeitos sazonais.
Entre julho e setembro, o PIB da maior economia da zona do euro se manteve em 1,1%, abaixo do nível do último trimestre de 2019, que antecedeu o colapso provocado pela propagação da pandemia da covid-19, acrescentou o Instituto Destatis.
O crescimento alemão caiu menos do que em outros países europeus durante a crise sanitária global, com uma recessão de 4,9% em 2020. Devido à escassez de material nos mercados, a recuperação foi, no entanto, mais lenta.
Por esse motivo, o governo alemão revisou para baixo suas projeções de crescimento para 2021, agora em 2,6%, contra os 3,5% previstos na primavera boreal (outono no Brasil).
Depois de "dois trimestres consecutivos bastante fortes", "temos que nos preparar para um crescimento mais moderado" neste inverno (verão no Brasil), disse Jens-Oliver Niklasch, economista do banco LBBW.
"O problema da cadeia de abastecimento persiste e a alta da inflação pesa sobre a demanda do consumidor. Isso vai desacelerar a economia", acrescenta.
No geral, porém, a Alemanha está "no caminho da recuperação" depois do impacto da pandemia, disse Niklasch.
O governo alemão acredita, por sua vez, que a crise da cadeia de abastecimento global está apenas atrasando a recuperação e prevê uma verdadeira retomada em 2022, com um aumento previsto de 4,1% do PIB.
* AFP