Ao menos 119 pessoas foram sequestradas por membros de gangues no Haiti na primeira metade de outubro, informou nesta quarta-feira (20) uma ONG daquele país.
O sequestro de 17 americanos no sábado ilustra este aumento.
A cifra supera a do mês de setembro, segundo o Centro de Análises e Pesquisas em Direitos Humanos (CARDH em francês), sediado em Porto Príncipe, que contabilizou 117 sequestros.
"Noventa por centro dos sequestros são cometidos na região da capital, 70% no município de Porto Príncipe, mas notamos para este terceiro trimestre do ano um aumento dos casos em Croix-des-Bouquets", informou à AFP Gédéon Jean, diretor do CARDH.
Situada nos subúrbios de Porto Príncipe, a comuna de Croix-des-Bouquets, que tem mais de 300.000 habitantes, é controlada desde o verão pela gangue conhecida como "400 Mawozo", que sequestrou os 17 estrangeiros no sábado.
As vítimas, membros de um grupo de missionários e suas famílias, visitavam um orfanato localizado no coração da área controlada por esta gangue.
A organização Christian Aid Ministries, à qual pertencem os missionários, informou que o grupo é composto de "cinco homens, sete mulheres e cinco crianças".
A instituição religiosa sediada em Ohio, Estados Unidos, informou na terça-feira que as crianças têm 8 meses, 3, 6, 13 e 15 anos, e os adultos, entre 18 e 48 anos.
Os sequestradores exigem o pagamento de US$ 17 milhões para libertar os reféns, confirmaram à AFP fontes de segurança.
O Haiti é considerado um país em zona vermelha pelos Estados Unidos, que desaconselham seus cidadãos de visitarem a ilha, entre outros motivos, pela alta quantidade de sequestros que "incluem regularmente cidadãos americanos".
Segundo o CARDH, ao menos 782 pessoas foram sequestradas no Haiti no decorrer do ano, quase tantas quanto em todo o ano de 2020 (796).
* AFP