Os distúrbios registrados na segunda-feira (18) no Chile deixaram dois mortos, 56 feridos e 450 detidos, informou a polícia local nesta terça (19). Os confrontos aconteceram em paralelo a manifestações pacíficas convocadas pelo aniversário de dois anos da revolta social que tomou as ruas do país.
Um homem morreu por disparos de arma de fogo durante uma tentativa de roubo em um comércio. A segunda vítima, uma mulher, morreu depois de cair de uma moto.
Ambos os casos foram em Santiago. A capital chilena concentrou a maioria dos distúrbios registrados em nível nacional, com barricadas, ataques a uma delegacia e saques de lojas e de escritórios públicos, segundo a polícia.
Ao todo, 450 pessoas foram detidas no país, 279 delas em Santiago, enquanto 11 civis e 45 policiais ficaram feridos.
— Os números são altíssimos — afirmou o diretor de Ordem e Segurança dos Carabineiros do Chile, Marcelo Araya.
Mais de 50 manifestações foram convocadas em todo país para relembrar os dois anos da revolta social de 18 de outubro de 2019. O movimento começou com um protesto estudantil pelo aumento do preço da passagem do metrô de Santiago e culminou em manifestações em massa. Nelas, os participantes também pediam mais justiça social.
Ao longo de mais de quatro meses, até o surgimento da pandemia da covid-19 no país, em março de 2020, estes protestos da primavera de 2019 deixaram 34 mortos e mais de 400 feridos por lesões oculares.