O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou na segunda-feira (18) estado de exceção em todo o país, diante do aumento dos índices de criminalidade devido ao narcotráfico. Ele também ordenou a mobilização de policiais e militares nas ruas.
— Começando de imediato, nossas Forças Armadas e policiais se sentirão com força nas ruas, porque estamos decretando o estado de exceção em todo o território nacional — disse o presidente em discurso transmitido pelo canal estatal EcuadorTV.
Lasso, que assumiu o cargo em maio, disse que "nas ruas do Equador só existe um inimigo: o narcotráfico", e que, "nos últimos anos, o Equador passou de país de tráfico de drogas a um país que também as consome".
A medida é válida por 60 dias. Também será formado um comitê reunindo diversos ministérios da área social e de direitos humanos para empreender ações visando a prevenir e frear a dependência química e reinserir os usuários de drogas na sociedade.
O governante de direita também decidiu mudar o ministro da Defesa, em meio à crise carcerária e a um "período de insegurança" no país, todos efeitos do narcotráfico.
O estado de insegurança "não apenas se reflete na quantidade de drogas consumidas em nosso país, mas também no número de crimes relacionados hoje à venda de narcóticos", assinalou Lasso, que receberá nesta terça-feira (19) o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, para conversar sobre segurança e narcotráfico.
Entre janeiro e agosto, foram registrados 1.427 assassinatos no país, 55 a mais do que em todo o ano de 2020, segundo o Ministério do Interior. Há duas semanas, detentos que fazem parte de grupos criminosos ligados a cartéis do México e da Colômbia enfrentaram-se a tiros em uma penitenciária de Guayaquil, deixando 119 mortos, em um dos piores massacres penitenciários já registrados na América Latina.
As apreensões de drogas entre janeiro e outubro alcançaram um recorde de 147 toneladas, contra 128 toneladas em 2020, de acordo com dados oficiais.
Lasso observou que, durante o estado de emergência, policiais e militares patrulharão as ruas 24 horas por dia.
— Daremos às forças de segurança o apoio necessário para o combate ao crime — disse, destacando que o Executivo irá criar uma unidade de defesa legal para proteger os agentes que forem processados "simplesmente por cumprirem o seu dever".