Os combatentes do movimento Talibã atiraram para o alto nesta terça-feira (7) para dispersar dezenas de pessoas que protestavam em Cabul contra o que consideram a influência do Paquistão no Afeganistão.
Quase 70 pessoas, a maioria mulheres, protestavam diante da embaixada do Paquistão, com cartazes e frases contrárias ao país vizinho, muito próximo ao Talibã, movimento que retornou ao poder em agosto.
Combatentes talibãs no local atiraram para o alto e dispersaram os manifestantes.
O diretor do serviço de inteligência paquistanês, Faiz Hameed, visitou Cabul no fim de semana, a princípio para ser informado pelo embaixador de seu país, mas provavelmente também se reuniu com líderes do movimento Talibã.
Mais de três semanas depois da conquista da capital Cabul, em 15 de agosto, as novas autoridades do Afeganistão ainda trabalham na formação de um governo, que prometem será mais inclusivo que em seu regime anterior.
Mas diante do temor do retorno do regime ultra-rigoroso imposto entre 1996 e 2001, pequenos grupos de afegãos, quase sempre mulheres, protestaram em cidades como Cabul, Herat e Mazar-i-Sharif.
— As mulheres afegãs querem que seu país seja livre (...) Estamos cansadas. Estamos cansadas de que o Paquistão bombardeie Panjshir, estamos cansadas de esperar no aeroporto — declarou uma das manifestantes, procedente da província de Kapisa, perto do vale de Panjshir
— Quanto tempo vai durar, por quanto tempo nossas vozes serão ouvidas? Por que a comunidade internacional está em silêncio? — insistiu.
O último reduto de resistência ao novo poder afegão se refugiou no vale de Panjshir que, segundo o Talibã, caiu na segunda-feira (6) também sob seu poder.
Alguns líderes da dissidência negaram e convocaram a intensificação da resistência.