O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foi assassinado a tiros nesta quarta-feira (7) em um ataque ocorrido na casa dele. A primeira-dama, Martine, ficou ferida e foi levada a um hospital. GZH chegou a divulgar que ela havia morrido após a publicação de uma nota de pesar por um órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA). No entanto, a OEA voltou atrás e confirmou que ela segue hospitalizada.
O anúncio da morte do presidente foi feito pelo primeiro-ministro em final de mandato, Claude Joseph, que pediu calma à população e garantiu que a polícia e o Exército estão encarregados de manter a ordem.
— O presidente foi assassinado em sua casa por estrangeiros que falavam inglês e espanhol — disse o premier.
Moïse governou por decreto o Haiti, o país mais pobre do continente americano, após o adiamento das eleições legislativas marcadas para 2018. Além da crise política, os sequestros de resgate aumentaram nos últimos meses, refletindo a crescente influência de gangues armadas no país caribenho.
O presidente enfrentou forte oposição de setores da sociedade que consideraram seu mandato ilegítimo. Nos últimos quatro anos, o país teve sete primeiros-ministros — Joseph, por exemplo, estava programado para ser substituído nesta semana, após três meses no cargo.
Além das eleições presidenciais, legislativas e locais, o Haiti deve realizar um referendo constitucional em setembro, após ter sido adiado duas vezes devido à pandemia do coronavírus.
A reforma constitucional, apoiada por Moïse e com o objetivo de fortalecer o Poder Executivo, foi rejeitada pela maioria da oposição e por muitas organizações da sociedade civil.
A atual Carta Magna foi redigida em 1987, após a queda da ditadura de Duvalier, e declara que "qualquer consulta popular destinada a modificar a Constituição por referendo é formalmente proibida". Os críticos também afirmam que é impossível organizar uma consulta devido à insegurança no país.