O governo ruandês aprovou na noite de sábado a nomeação de Antoine Anfré para o cargo de embaixador da França em Ruanda, cargo vago desde 2015 devido às tensões entre os dois países sobre o papel de Paris no genocídio de 1994.
O presidente francês Emmanuel Macron anunciou no dia 27 de maio o retorno de um embaixador francês a Ruanda, em visita ao país africano para marcar a normalização das relações.
Naquela ocasião, Macron reconheceu as "responsabilidades" da França no genocídio dos tutsis em 1994, que causou pelo menos 800.000 mortes.
A nomeação de Antoine Anfré para este cargo foi aprovada na noite de sábado em reunião do gabinete governamental de Ruanda, liderado pelo presidente Paul Kagame, de acordo com um documento consultado neste domingo pela AFP.
Ex-embaixador no Níger (2014-2015), Anfré é citado várias vezes no relatório de uma comissão de historiadores franceses entregue a Macron em março e que aponta para a "responsabilidade avassaladora" da França nos massacres.
De acordo com este relatório, Anfré alertou desde 1991 sobre o risco de derivas violentas em Ruanda e pediu "uma mudança necessária" na política francesa na região.
* AFP
