O Ministério Público do Egito decidiu, nesta terça-feira (1º), que o médico Victor Sorrentino — detido no último domingo (30) por assédio a uma vendedora de loja no Cairo — deveria permanecer no prédio da procuradoria do país por pelo menos quatro dias, a contar da data da detenção. O caso é acompanhado pela ONG feminista Speak Up, responsável pela denúncia.
Segundo informações obtidas com exclusividade pelo colunista Rodrigo Lopes junto a fontes no Itamaraty, o procurador de Justiça teria se mostrado favorável a encerrar o episódio por meio de uma conciliação entre o médico e a vítima. Com isso, Sorrentino pode ser liberado nesta quarta-feira (2).
O médico estava na capital do Egito para a gravação de um curso com aulas sobre hábitos saudáveis. Ele foi detido após divulgar, nas próprias redes sociais, um vídeo em que fala palavras de duplo sentido para uma mulher.
Segundo divulgou a procuradoria egípcia, o incidente ocorreu em 24 de de maio, em uma loja de papiros em Gizé, onde a vítima trabalha. O brasileiro foi detido a caminho do Aeroporto Internacional do Cairo no último domingo. Sorrentino chegou a fazer pedido de desculpas, mas a vítima optou por prosseguir com o processo criminal.
Na noite de segunda-feira (31), o Ministério Público do Egito havia divulgado nota informando que o médico permaneceria detido até que as investigações fossem retomadas, nesta terça. Na ocasião, a advogada dele no Brasil, Amanda Bernardis, ressaltou que o cliente não estava preso, visto que teve o passaporte devolvido, e que apenas seria ouvido para esclarecimentos.
GZH fez contato com a advogada novamente nesta terça-feira, mas, até as 16h30min, não obteve retorno.
Procurado pela reportagem, o Ministério das Relações Exteriores enviou nota oficial sobre a situação de Sorrentino por meio da assessoria de imprensa. De acordo com o texto, "o Itamaraty já foi informado sobre o caso e as autoridades brasileiras no Egito estão prestando assistência consular cabível ao cidadão". O ministério informou ainda que "não fornece informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros".