A Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou a prisão de opositores do governo de Daniel Ortega na Nicarágua e pediu a sua libertação imediata, segundo uma resolução aprovada nesta terça-feira.
A decisão foi aprovada por 26 votos, durante uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA, órgão executivo do bloco regional. Votaram contra, além da Nicarágua, Bolívia e São Vicente e Granadinas. Argentina, Belize, Dominica, Honduras e México se abstiveram.
O Conselho Permanente da OEA resolveu "condenar inequivocamente a prisão, perseguição e as restrições arbitrárias impostas aos pré-candidatos à presidência, aos partidos políticos e aos veículos de comunicação independentes, e pedir a libertação imediata dos pré-candidatos e de todos os presos políticos" na Nicarágua, indica o texto.
Além disso , a organização expressou sua "grave preocupação" com o fato de as autoridades nicaraguenses não terem implementado no mês passado as reformas eleitorais para garantir a transparência das eleições de 7 de novembro, prazo fixado pela Assembleia Geral da OEA em outubro passado.
A OEA também pediu "energicamente" ao governo Ortega que aplique todas as normas internacionais correspondentes para a realização de eleições livres e justas em novembro, "incluindo uma boa recepção aos observadores eleitorais confiáveis da OEA e de outros países."
A resolução, patrocinada por Brasil, Canadá, Chile , Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Paraguai e Peru, também foi apoiada por Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Colômbia, El Salvador, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Jamaica, Panamá, República Dominicana, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela (representada por um delegado do líder opositor Juan Guaidó).
O Conselho Permanente da OEA também decidiu "continuar monitorando o processo eleitoral na Nicarágua, para a sua consideração e possível apresentação à Assembléia Geral", órgão máximo da organização.
Na semana passada, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, pediu a suspensão da participação da Nicarágua nas instâncias do bloco regional, pelo que considerou um "ataque sem precedentes" de Ortega contra seus adversários. Uma eventual suspensão deve ser aprovada em Assembleia Geral Extraordinária por dois terços dos Estados membros e entraria em vigor imediatamente.
* AFP