O Brasil foi eleito nesta sexta-feira (11) pela Assembleia Geral da ONU como membro não permanente do Conselho de Segurança por um ano, a partir de janeiro de 2022, junto com Albânia, Emirados Árabes Unidos, Gabão e Gana. A última vez em que o Brasil ocupou o posto foi em 2010.
Alguns diplomatas já antecipam problemas com os cinco membros permanentes, que são China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
— Brasil e Emirados Árabes Unidos têm posições bem definidas em política externa, e a Albânia, que vai presidir o conselho pela primeira vez em sua história, também é membro da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) — disse um diplomata que pediu anonimato.
Esses três países substituirão Estônia, San Vicente e Granadinas e Vietnã em janeiro, e modificarão a relação de força no Conselho, acredita ele.
"O Brasil é uma potência em si" e vai substituir o menor país que integrou o conselho. Já os Emirados "participam de vários conflitos", lembrou outro diplomata, referindo-se ao Iêmen e à Líbia.
O Brasil, maior economia da América Latina e o país mais populoso da região, há anos pede para ingressar no conselho como membro permanente, mas as reformas são bloqueadas pelos cinco membros efetivos.
Ainda em janeiro, Gabão e Gana ocuparão as cadeiras atualmente ocupadas por Níger e Tunísia. Dos 193 membros da ONU chamados a votar na eleição, o Brasil obteve 181 votos, Emirados Árabes tiveram 179 votos, Albânia conseguiu 175 votos, Gabão teve 183 votos e Gana obteve 185 votos. Durante anos, grupos regionais indicaram seus candidatos ao conselho com antecedência para evitar rivalidades.
Depois de ter tido até cinco membros no conselho nos últimos anos, a União Europeia corre o risco de perder influência, uma vez que a partir de janeiro terá apenas dois, França e Irlanda.
O Conselho de Segurança é composto por 15 membros, incluindo cinco membros permanentes com poder de veto, assim como 10 membros não permanentes eleitos pelo período de um ano.