O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o presidente dos EUA, Joe Biden, planejam chegar a um acordo nesta quinta-feira (9) durante sua primeira reunião sobre uma nova "Carta do Atlântico" que leva em conta a ameaça de ataques cibernéticos e o aquecimento global, segundo Downing Street.
O encontro entre aliados no sudoeste da Inglaterra, onde a cúpula do G7 será realizada de sexta a domingo, dará início a uma intensa turnê europeia de Biden.
Esta nova "Carta do Atlântico", inspirada na assinada por Churchill e Roosevelt, deve afirmar que "embora o mundo tenha mudado desde 1941, os valores permanecem os mesmos" no que diz respeito à defesa da democracia, segurança coletiva e comércio internacional, Downing Street disse pouco depois que o presidente americano desembarcou no Reino Unido na noite desta quarta-feira (9).
O documento "também reconhecerá os desafios mais recentes, como a necessidade de enfrentar a ameaça de ataques cibernéticos, agir com urgência para enfrentar as mudanças climáticas e proteger a biodiversidade e, claro, ajudar o mundo a interromper e se recuperar da pandemia do novo coronavírus", acrescentou.
Os dois líderes também devem discutir a retomada das viagens entre o Reino Unido e os Estados Unidos após a pandemia, assim como um futuro acordo que permita maior cooperação no setor de tecnologia.
"A cooperação entre o Reino Unido e os Estados Unidos, o mais próximo entre os parceiros e o maior dos aliados, será crucial para a futura estabilidade e prosperidade do mundo", afirmou Johnson, mencionado no comunicado.
"Os acordos que o presidente Biden e eu chegaremos hoje (...) estabelecerão as bases para uma recuperação mundial sustentável", acrescentou.
Os dois países estão ligados pelo que é tradicionalmente chamado de "relacionamento especial", embora Johnson prefira evitar esse termo.
O líder britânico foi o primeiro líder europeu chamado por Biden depois de assumir o lugar de Donald Trump em janeiro.
As conotações populistas de Johnson lhe renderam comparações com Trump, que elogiava o político do Reino Unido e o Brexit.
Porém o conservador britânico está muito mais em sintonia com o governo Biden em grandes questões internacionais, como a crise climática ou os desafios impostos pela China e pela Rússia.
No entanto, pontos críticos permanecem em torno da Irlanda do Norte: a Casa Branca não gosta das tentativas de Londres de violar seus compromissos comerciais com a UE diante do Brexit.
E alerta que isso pode comprometer o sucesso de um acordo comercial entre os Estados Unidos e o Reino Unido, tão aguardado por Londres.
Downing Street não mencionou essas negociações comerciais em seu comunicado, o que sugere que nenhum progresso é esperado nesta área.
* AFP