O governo do Uruguai, liderado pelo presidente Luis Lacalle Pou, decidiu nesta semana prorrogar até o dia 23 de maio medidas de restrição em todo o país, o que inclui a continuidade do fechamento de free shops na fronteira com o Brasil. No dia 23 de março, para tentar conter o avanço da segunda onda de coronavírus, os vizinhos haviam anunciado limitações em diversos setores até o dia 8 de abril. Porém, devido à permanência de uma situação crítica, com altos índices de infecções, o Uruguai vem prorrogando o fim da vigência dessas medidas.
Os free shops, que deveriam reabrir na próxima segunda-feira (17), estão entre os setores impactados. Devido a uma nova dilatação do prazo, anunciada no dia 12 de maio pelo governo uruguaio, as restrições estarão em vigor até o dia 23 de maio. A informações foram divulgadas pela imprensa local.
As normas publicadas pelo governo, exceto para o retorno escalonado à educação, foram totalmente mantidas, de acordo com o último anúncio. As restrições, além do fechamento de free shops, incluem o fechamento de repartições públicas para trabalho presencial, a suspensão de ações de entretenimentos e o fechamento de ginásios e cassinos.
Em reportagem publicada na quinta-feira (13) pelo jornal El Pais, representantes do setor afirmam que são injustas as ações tomadas pelo governo. O diretor do Duty Free Americas e presidente da Câmara de Empresários de Free Shops do Uruguai, Andrés Mendelshon, informou ao periódico que no início entendia e apoiava o decreto que ordenava o fechamento das lojas para controlar o aumento da pandemia nas cidades que fazem fronteira com o Brasil, porém, atualmente, disse que "as medidas para nos manter fechados não são muito justas".
Em abril, o Uruguai se tornou o país com maior taxa de contágio por milhão de habitantes do mundo. Nos últimos sete dias, o país registrou a maior quantidade de mortes por milhão em média. Em 2020, o PIB uruguaio caiu 5,9% - no Brasil, a queda foi de 4,1%.