Um incêndio na noite deste sábado (24) em um hospital que tratava pacientes com covid-19 de Bagdá deixou ao menos 82 mortos e 110 feridos, segundo informações do Ministério do Interior do Iraque. O fogo começou depois que botijões de oxigênio explodiram na enfermaria, que estava repleta de pacientes sendo tratados com ventiladores. Mais de 200 pessoas estavam no hospital Ibn al-Khatib naquele momento, de acordo com autoridades de saúde e defesa civil do país.
Neste domingo (25), o primeiro-ministro do Iraque, Mustafa al-Kadhimi, ordenou uma investigação sobre o caso. Em reunião de emergência com altos funcionários do governo, al-Kadhimi disse que o "incidente doloroso" foi causado por negligência.
Ele pediu que funcionários do alto escalão do hospital e do Ministério da Saúde sejam interrogados e que outras instalações sejam verificadas para prevenir desastres futuros. Al-Kadhimi declarou três dias de luto nacional.
Conforme o chefe da Defesa Civil do Iraque, general Kadhim Bohan, o incêndio começou na UTI do segundo andar. O fato de que o local estava cheio de pacientes com covid-19 em ventiladores dificultou a movimentação para sair e levou ao alto número de mortos, disse Bohan à televisão estatal. Estados Unidos, Nações Unidas e vários países vizinhos expressaram condolências ao Iraque neste domingo pela tragédia.
Este não foi o primeiro incêndio com grande número de mortos em hospitais que atendem pacientes com covid-19. Na semana passada, um incêndio em um hospital perto de Mumbai, na Índia, matou pelo menos 13 pessoas. Dois incêndios em hospitais separados na Romênia, um em novembro e outro em janeiro, mataram ao menos 15 pessoas.
Nas últimas semanas, o número de casos diários no Iraque atingiu níveis recordes, uma média de mais de 7 mil por dia. O país relatou mais de 1 milhão de casos do vírus e mais de 15,2 mil mortes desde o início da pandemia. A campanha de vacinação foi iniciada no mês passado após o recebimento de 336 mil doses da vacina da AstraZeneca por meio do Covax, o programa global de compartilhamento de vacinas. O Iraque também recebeu 50 mil doses da vacina chinesa Sinopharm.
(Com Dow Jones Newswires)