Ao menos três pessoas morreram na Guiné devido a uma nova "situação de epidemia" de febre hemorrágica do ebola, cinco anos depois do fim do surto anterior, informou no domingo (14) o chefe da agência de saúde do país, Sakoba Keita.
— Muito cedo nesta manhã, o laboratório de Conakry confirmou a presença do vírus do ebola — disse Keita depois de uma reunião emergencial em Conakry, que contabilizou sete casos, três deles mortais.
Esse é o primeiro ressurgimento registrado da doença na África Ocidental, onde começou o pior surto na história do vírus, que matou mais de 11,3 mil pessoas entre 2013 e 2016.
Após uma reunião de emergência em Conakry, Keita, que lidera a Agência Nacional de Segurança Sanitária (ANSS), explicou à imprensa que uma pessoa morreu no final de janeiro em Gouecké, perto da fronteira com a Libéria.
— Seu funeral aconteceu em Gouecké em 10 de fevereiro e algumas pessoas que participaram deste funeral começaram a ter sintomas de diarreia, vômito, sangramentos e febre alguns dias depois — disse o titular do órgão de saúde.
As primeiras amostras analisadas por um laboratório instalado pela União Europeia em Guéckédou, na região, revelaram a presença do vírus do ebola em algumas delas na sexta-feira, disse.
— Isso coloca a Guiné em uma situação de epidemia de ebola — concluiu o médico.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) enviará "rapidamente" auxílio, entre eles doses de vacinas, para ajudar a Guiné a enfrentar o ressurgimento da epidemia de febre hemorrágica de ebola, informou no domingo o representante da agência da ONU.
No momento, existem duas vacinas experimentais, mas não há nenhum tratamento capaz de curar o vírus, que já provocou o terror várias vezes na África. O desenvolvimento de vacinas contra o vírus do ebola se acelerou depois da pior epidemia desta doença, particularmente fatal, que começou em dezembro de 2013 na Guiné e se propagou para a Libéria e Serra Leoa, mas acabou alcançando um total de 10 países com casos na Espanha e Estados Unidos.