A Argentina, o primeiro país da América Latina a aprovar e iniciar a vacinação com o imunizante Sputnik V, elaborado pelo laboratório russo Gamaleya, incluiu nesta quarta-feira (20) os maiores de 60 anos na campanha, ao considerar que há "uma margem aceitável de segurança".
"A Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT) da Argentina informa que, após analisada a nova informação aportada para a vacina VacunaGam-COVID-Vac (Sputnik V), estabeleceu-se que a mesma se encontra em uma margem aceitável de segurança, imunogenicidade e eficácia para o grupo etário de maiores de 60 anos", indicou em um comunicado o ministério da Saúde argentino.
O secretário de Saúde da província de Buenos Aires, Daniel Gollán, de 65 anos, foi o primeiro a se vacinar nesta quarta-feira. "Hoje, me vacinei com a mesma esperança de milhões de argentinos que queremos o fim da pandemia e sabemos que este é o caminho", tuitou.
A vacina tinha sido aprovada pelo ministério da Saúde argentino em 23 de dezembro, um dia antes da chegada ao país do primeiro lote com 300.000 doses para iniciar em 29 de dezembro a campanha de vacinação voluntária para adultos entre 18 e 60 anos, a começar pelo pessoal de saúde mais exposto.
Outras 300.000 doses com o segundo componente da Sputnik V chegaram no fim de semana passado e começaram a ser administradas na terça-feira. O acordo com a Rússia compreende outros 19,4 milhões de doses até fevereiro, com opção de compra de cinco milhões mais.
Ao aprová-la inicialmente, o ANMAT mencionou "que os dados de eficácia, imunogenicidade e segurança com relação à população total do estudo na faixa etária de 18 a 87 anos reportava um perfil de segurança aceitável e que não houve eventos adversos inesperados até o momento da análise".
No entanto, sugeriu ao ministério da Saúde mais análises de segurança, devido à quantidade insuficiente de pessoas maiores de 60 anos incluídas na pesquisa.
A ANMAT recomendou a inclusão dos maiores de 60, após receber nova documentação, com informação que registrou "um nível de eficácia de 91,8% da vacina para maiores de 60 anos".
A Argentina, com 44 milhões de habitantes, soma 1.819.552 casos de covid-19 com 46.066 falecidos desde o início da pandemia.
* AFP