O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chegou nesta quarta-feira (9) à capital azerbaijana para dialogar com seu aliado e participar das comemorações da vitória contra as forças armênias no conflito em Nagorno Karabakh.
O primeiro-ministro azerbaijano, Yagub Eyyubov, cumprimentou o casal presidencial no aeroporto de Baku, segundo a agência estatal Azertakh.
"A visita é motivo para celebrarmos juntos a gloriosa vitória" do Azerbaijão contra a Armênia, após seis semanas de combates sangrentos, disse a Presidência turca em um comunicado divulgado na terça-feira (8).
Nesta viagem oficial de dois dias, Erdogan também se encontrará com seu homólogo, Ilham Aliev, e abordará a questão do fortalecimento das relações entre esses dois países muçulmanos turcófonos.
A Turquia apoiou fortemente o Azerbaijão em sua guerra no outono contra as forças armênias em Nagorno Karabakh.
Os combates levaram a um acordo de cessar-fogo negociado sob mediação da Rússia, que ratificou a derrota militar armênia e acordou territórios ao Azerbaijão.
Antes da chegada do líder turco, o Exército azerbaijano desfilou pelas ruas da capital em veículos e com armas apreendidas dos armênios, em um ensaio para um desfile maior previsto para quinta-feira. Erdogan assistirá à esta parada militar.
A cooperação política, econômica e militar entre ambos os países se expressa no apoio turco ao Azerbaijão para treinar e equipar seu Exército, assim como facilitar as exportações de hidrocarbonetos para a Europa, evitando passar pela Rússia.
- Fósforo branco -
Armênia e Azerbaijão se acusaram mutuamente, nesta quarta-feira (9), de terem usado armas proibidas, que contêm fósforo branco, nos recentes combates durante o conflito na região de Nagorno Karabakh.
O responsável dos direitos humanos das autoridades separatistas, Artak Beglarian, disse à AFP que sua equipe reuniu "provas abundantes que comprovam que o Azerbaijão usou armas com fósforo" branco durante as seis semanas de combates.
O Ministério azerbaijano da Defesa negou essas afirmações, acusando os armênios de terem usado este tipo de arma.
"O Exército azerbaijano não dispõe de armas com fósforo. Não podemos usar algo que não temos", declarou à AFP o porta-voz da pasta, Vaguif Diargahly.
"A Armênia usou bombas de fósforo contra nós", acusou.
Em um hospital de Erevan, jornalistas da AFP viram militares internados que sofreram queimaduras graves acusando os azerbaijanos de um ataque com fósforo branco.
"Foi em 3 de outubro, durante um ataque com drones. Tenho queimaduras graves (...) e soube que foram encontrados rastros de fósforo em meu organismo", disse à AFP Merukhan Kotchinian, um soldado de 19 anos.
A vice-diretora do hospital, Karine Babaian, não confirmou essa afirmação e destacou que as queimaduras podem ter sido causadas tanto por fósforo como por outro "agente químico".
* AFP