Armênia e Azerbaijão se acusaram mutuamente nesta quarta-feira (9) de ter usado armas proibidas, que contêm fósforo branco, nos recentes combates durante o conflito na região de Nagorno Karabakh.
As hostilidades foram retomadas no final de setembro entre Baku e os separatistas de origem armênia apoiados por Yrevan nesta região montanhosa.
Os combates, que provocaram mais de 5.000 mortes, foram encerrados em novembro com uma derrota dos armênios, obrigados a ceder território.
O responsável dos direitos humanos das autoridades separatistas, Artak Beglarian, afirmou à AFP que sua equipe reuniu "provas abundantes que comprovam que Azerbaijão usou armas com fósforo" branco durante as seis semanas de combates.
O ministério da Defesa azerbaijano negou essas afirmações, acusando por sua vez os armênios de terem usado este tipo de arma.
"O exército azerbaijano não dispõe de armas com fósforo. Não podemos usar algo que não temos", declarou à AFP o porta-voz do ministério, Vaguif Diargahly. "A Armênia usou bombas de fósforo contra nós", acusou.
Em um hospital de Yrevan, jornalistas da AFP viram militares internados que sofreram queimaduras graves acusando os azerbaijanos de um ataque com fósforo branco.
"Foi em 3 de outubro, durante um ataque com drones. Tenho queimaduras graves (...) e soube que foram encontrados rastros de fósforo em meu organismo", disse à AFP Merujan Kotchinián, soldado de 19 anos.
No entanto, a vice-diretora do hospital, Karine Babaián, não confirmou essa afirmação e destacou que as queimaduras poderiam ter sido causadas tanto por fósforo como por outro "agente químico".
* AFP
