Os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, e do Brasil, Jair Bolsonaro, contrários politicamente, dialogaram por videochamada nesta segunda-feira (30), na primeira reunião privada entre ambos desde a posse do líder argentino.
O conteúdo da conversa entre os dirigentes não foi informado, mas a presidência disse que se realizou a cerimônia do Dia da Amizade entre ambos os países, que evoca o embrião do Mercosul, com o encontro dos ex-presidentes Raúl Alfonsín e José Sarney em Foz de Iguaçu, há 35 anos. Sarney participou do evento por teleconferência.
"É um dia muito importante para a Argentina e o Brasil e para todo o continente, porque pela primeira vez as pessoas começaram a pensar na integração do continente", anunciou Fernández em comunicado, lembrando a data.
Bolsonaro, segundo o comunicado, destacou que "o Mercosul é o nosso principal pilar de integração" e pediu a geração de "mecanismos mais ágeis e menos burocráticos". Ele também pediu o aprofundamento do turismo entre as duas nações.
Fernández lidera uma aliança de peronistas de esquerda e direita, com enormes diferenças nas políticas econômicas, de saúde e sociais em comparação com as do governo brasileiro.
O chefe de Estado argentino acrescentou: "Estou realizando esta reunião para dar ao Mercosul o impulso de que precisa, e é imperativo que Brasil e Argentina o façam juntos".
Fernández pediu para deixar "as diferenças no passado e enfrentar o futuro com as ferramentas que funcionam bem entre nós, para realçar todos os pontos de concordância".
"Continuamos avançando nas questões de segurança e das Forças Armadas e temos que trabalhar juntos na questão ambiental, que é um assunto que nos preocupa muito. Temos que fazer um acordo de preservação. Temos oportunidades em desenvolvimento para fornecer gás para a Argentina e o Brasil", ressaltou.
Bolsonaro destacou: "Nossas Forças Armadas têm uma excelente integração. Vamos fortalecer nossa integração nas indústrias de defesa e avançaremos no combate ao narcotráfico e ao crime transnacional".