Milhares de pessoas se manifestaram novamente nesta sexta-feira (13) na capital armênia contra um acordo de cessar-fogo no território de Nagorno Karabakh, que representou uma decisiva vitória militar para o vizinho e inimigo Azerbaijão.
Os cartazes diziam slogans como "Nikol traidor", em alusão ao primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan.
"Quem são vocês para abandonar nossas terras, não tinham o direito de fazer isso!", gritou em um megafone Artur Beglarian, um homem em cadeira de rodas que foi ferido nos combates em Nagorno Karabakh.
Horas antes, a Justiça armênia libertou figuras da oposição, detidas após distúrbios dois dias antes.
Gaguik Tsarukyan, chefe do partido Armênia Próspera, "foi libertado da prisão" pois sua "prisão era ilegal", disse seu advogado no Facebook, Erem Sarkissyan, após uma decisão de um tribunal de Yrevan.
Advogados de outros dez opositores detidos na quinta-feira também anunciaram a libertação de seus clientes pelo mesmo motivo.
Eles foram presos, segundo o serviço de investigação da Promotoria, por "organização ilegal de desordem de massa violenta", crime castigado com 10 anos de prisão.
Na madrugada de terça-feira, a sede do governo e o Parlamento foram invadidos e parcialmente saqueados por centenas de manifestantes, especialmente da oposição, que protestavam contra o acordo assinado pelo primeiro-ministro.
Este acordo encerra o conflito de seis semanas enfrentado pelos separatistas armênios e pelas forças azerbaijanas na região de Nagorno Karabakh.
Segundo este texto, o Azerbaijão mantém os territórios conquistados na província separatista que estavam sob controle armênio desde o início dos anos 1990.
Cerca de 2.000 soldados de manutenção da paz russos serão enviados ao local, para garantir a sobrevivência da república autoproclamada.
Pashinyan afirma que assinou este acordo "doloroso" a pedido do Exército e autoridades separatistas.
Caso contrário, segundo ele, toda a região teria passado para o controle azerbaijano.
O primeiro-ministro também acusa o protesto de ser liderado por uma oligarquia corrupta, fruto do antigo regime, derrubado em 2018 pela revolução popular que o levou ao poder.
* AFP