Os cidadãos da Jordânia votaram nesta terça-feira (10) em eleições legislativas que não despertaram grande interesse e na sombra das crises econômica e de saúde causadas pela pandemia do novo coronavírus.
Mais de 50 mil agentes das forças de segurança foram destacados nas 12 províncias do país do Oriente Médio para garantir que a votação fosse realizada de forma correta e, sobretudo, o respeito às normas sanitárias relacionadas à pandemia.
De acordo com o último balanço oficial, o país, de 10 milhões de habitantes, registrava nesta terça-feira 120 mil infecções por covid-19 e 1.386 mortes.
As seções de votação fecharam às 21h locais (16h de Brasília), após uma extensão de duas horas determinada pelas autoridades. A taxa de participação foi de 29,9% e os resultados serão divulgados na quarta-feira.
Os eleitores foram obrigados a usar máscaras e luvas, e cada um teve que usar sua própria caneta para marcar o candidato de sua escolha na cédula.
A Comissão Eleitoral alertou que as pessoas com covid-19 e em quarentena não poderiam votar, sob pena de um mês de prisão.
Cerca de 4,5 milhões de eleitores foram chamados para eleger os 130 deputados do Parlamento, que tem 15 cadeiras reservadas para mulheres. Sua margem de manobra é estreita, em um país onde o rei detém grandes poderes.
Havia 1.674 candidatos, 360 dos quais mulheres. Entre eles estão representantes dos principais clãs tribais, independentes e figuras da esquerda, assim como muitos empresários ricos.
A primeira força de oposição, a Frente de Ação Islâmica (FAI), um braço político do movimento Irmandade Muçulmana, dissolvido em julho, também participou.
A Jordânia enfrenta uma situação econômica difícil, com uma taxa de desemprego de 23% no primeiro trimestre de 2020. O país foi palco de protestos por aumentos salariais.
Além disso, o coronavírus afetou severamente o turismo, um setor vital, que perdeu quase 2,5 bilhões de euros em receitas nos primeiros oito meses do ano, e colocou em risco milhares de empregos.
* AFP